Casal diz como é viver 50 anos e ter 11 filhos sem esquecer do amor
José Maria e Ivanilde se conheceram em um caminhão de mudanças e, tempos depois, se apaixonaram
Como se o encontro de olhares tivesse acontecido ontem, Ivanilde Viana dos Santos, de 65 anos, conta sorrindo cada detalhe de como conheceu o amor da sua vida. Ao seu lado, também com os olhos brilhando e de riso fácil, José Maria Vieira dos Santos, de 73 anos, confirma todos os pedaços da história, incluindo os segredos para manter o companheirismo durante 50 anos dividindo o mesmo teto e tendo 11 filhos para criar.
Ainda sem se conhecer, as duas famílias se encontraram durante a viagem entre Minas Gerais e Paraná, quando conseguiram oportunidades de emprego em uma plantação de hortelã.
“Eu vi ele no caminhão com uma gaitinha na boca, tocando. Lembro que fiquei olhando e, quando ele percebeu, brincou falando que ia casar comigo. Coisa de criança, sabe?”, Ivanilde relembra.
Na época, nenhum dos dois imaginava que a brincadeira iria se tornar realidade anos depois. Por morarem próximos, um vivia na casa do outro e a amizade, assim como a vida, foi construída aos poucos.
Às vezes, meu padrasto não estava em casa, mas o Zé estava. Era assim, ele trabalhava o dia todo e de noite, ia ficar com a gente. Como naquela época a gente não conseguia estudar, até nisso ele me ajudou. Me mostrava como juntar as letras e ir lendo, foi assim de amizade até que depois de um tempo a gente começou a namorar", diz Evanilde.
Ainda no interior do Paraná, os dois continuaram vivendo na roça e hoje, seguem morando longe da área urbana, mas em Campo Grande. Reforçando que entre as árvores é seu lugar, José diz que os dois precisaram trabalhar muito para garantir o sustento da família e foi com as plantações que conseguiram não deixar faltar comida em casa.
Sobre a vida em família, ele argumenta que tudo sempre foi resolvido no lar, desde a criação dos filhos até a convivência com a esposa. Concordando com o marido, Ivanilde adicionou que os longos anos só se tornaram possíveis, porque cada um aprendeu a importância do respeito e companheirismo.
Chegando aos 50 anos
Hoje, já com todos os filhos crescidos e tendo 22 netos, além de três bisnetos, o casal conta que a vida não foi generosa durante todas essas décadas, mas que para tudo se deu um jeito. Sem esconder os momentos difíceis, Ivanilde explicou que não adianta dizer que casamento é tranquilo, ainda mais tendo tanta criança em casa.
Orgulhosa da família grande, a mãe narra que, para ela, a parte mais complicada da união foi justamente a criação dos filhos.
Com essa parte ajeitada, todo o restante foi sendo construído com mais tranquilidade, “eu amo meus filhos, mas a criação deles é o que dava mais desavença. Às vezes, eu queria fazer algo e o Zé não, então isso dava algumas discussões mais complicadas, mas outra coisa que a gente aprendeu foi a pedir desculpa”.
É nesse ponto, no convívio cotidiano, que os dois dão a outra dica para chegar aos 50 anos de casados: cada um tem de reconhecer cada erro e se desculpar, não tem jeito.
“Às vezes, a gente fica bravo e não percebe o que fala, então precisa parar e pensar. Depois disso, a gente chega e fala: ‘Olha, me desculpa. Não queria ter te tratado assim’. Precisa querer continuar junto e não adianta deixar a raiva ficar”, diz.
Felizes com o momento marcante e reforçando a receita básica para conseguir não esquecer o amor, os dois repetiram que o companheirismo é a chave, no fim das contas. Além disso, outro segredo é celebrar e, por isso, só estão esperando a festança no fim de semana.
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