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Comportamento

Casinha da leitura é esperança de quem viu a droga levar vida de filho

Iraci perdeu o filho, João, há quatro anos e desde então decidiu que iria se dedicar às novas gerações

Aletheya Alves | 06/04/2023 07:37
Iraci e o neto na casinha de leitura que aguarda por doações de livros. (Foto: Paulo Francis)
Iraci e o neto na casinha de leitura que aguarda por doações de livros. (Foto: Paulo Francis)

Pintada de amarela, uma casinha está sendo transformada em espaço de leitura para que crianças saiam das ruas. Mais do que uma simples ação, ela é mais um modo de dar esperança para Iraci Costa, uma mãe que viu o mundo das drogas levar o filho e que agora sonha em dar outros caminhos para as novas gerações.

Por enquanto, a “Casa Oteca” ganhou alguns livros falando sobre a Bíblia, mas segue aberta para mais doações. Isso porque o sonho de Iraci é ver opções variadas para que ninguém reclame de estar sem livro.

Envolvida em movimentos sociais, ela conta que tudo começou há quatro anos, quando perdeu João definitivamente. “Ele entrou em um caminho errado, foi preso, mas acabou falecendo. Desde então, eu comecei a fazer ação para as crianças porque não queria que elas ficassem na rua”.

Na época, ela chegou a tentar se desligar do que viu acontecendo com o filho, mas não resistiu e voltou para a região do Nhanhá e Piratininga. Sabendo que precisava fazer algo, iniciou com ações de músicas e brincadeiras.

“Eu vi que estava dando certo quando um desses eventos fechou nossa rua e a gente precisou até de apoio com banheiros. Ali eu vi que era esse o caminho mesmo”, relata.

Mãe comenta que resolveu unir forças para seguir a vida ajudando outras gerações. (Foto: Paulo Francis)
Mãe comenta que resolveu unir forças para seguir a vida ajudando outras gerações. (Foto: Paulo Francis)

Apesar de realizar as festas periodicamente, a moradora não parou mais e decidiu que iria começar a lutar tanto por outras mães quanto pelos filhos, netos e bisnetos. “Eu tenho os meus filhos, via os dos outros também e quis continuar fazendo mais. Por isso me candidatei e criei um grupo para ser presidente do Nova Esperança”.

Através da associação de moradores, novos caminhos foram se abrindo, desde levar as crianças para o teatro até criar um embrião de biblioteca para os pequenos.

Detalhando sobre a casinha amarela, Iraci narra que outra moradora do bairro resolveu fazer a doação após ver um dos eventos. “Ela tinha essa casinha, aí pintou e falou que tinha gostado do nosso serviço e sabia do meu sonho. Aí doou e agora estamos fazendo as adaptações”.

Além da casinha, bancos para as crianças aguardarem ao lado também foram doados. (Foto: Paulo Francis)
Além da casinha, bancos para as crianças aguardarem ao lado também foram doados. (Foto: Paulo Francis)

Além da casa, alguns bancos também foram direcionados para a associação de moradores. Assim, as crianças que não estiverem dentro da casinha podem esperar do lado de fora.

“Meu filho tinha vontade de fazer muita coisa e sei que se ele tivesse estudado, tivesse coisa boa para fazer, podia ser diferente. É isso que a gente quer para as crianças daqui, que elas tenham esse caminho”, relata.

Além do projeto de biblioteca, que está aceitando doações, Iraci explica que a associação também está tentando encontrar professores para desenvolver ações de educação física, dança e outros projetos no bairro.

Quem puder ajudar, o contato de Iraci é (67) 99234-1240.

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