Casinhas se espalham por bairro que tem até "restaurante para gato"
Amigas que se conheceram por trabalhos com os animais se uniram para inserir construções em bairros
Na região dos bairros Tiradentes, Vila Glória e Jardim Autonomista, casinhas feitas em madeira chamam atenção pelo cuidado. Produzidas com materiais mais simples e até pintadas, as pequenas construções foram o modo com que Célia Costa e Suzy Savicki conseguiram comprovar que mais do que ter pena dos animais de rua, é necessário ajudá-los.
Sem trabalhar com ONGs ou se intitular como protetora independente, Célia explica que há cinco anos se sentiu sensibilizada com gatos que vivam pelas ruas e passou a colocar potes de água e ração em frente de casa. Conforme o tempo passou, a ação se espalhou pelo bairro.
“Nesta ocasião, conheci uma vizinha que se tornou minha amiga e ampliamos o atendimento, pois ela já realizava este trabalho social”, explica Célia. Com o tempo, além de garantir a alimentação, as duas amigas decidiram que a construção de casinhas também era necessária.
Sem receber auxílio externo, ela explica que todo o investimento é próprio, indo desde a ração até as casinhas. Especificamente sobre a construção em frente à sua casa, Célia narra que ocorreu há cerca de 30 dias e surgiu pela necessidade de abrir um gato branco de olhos azuis, apelidado de Príncipe.
Por ser arisco, Príncipe não aceitou entrar no lar, mas continuou indo diariamente para se alimentar e se mantinha por ali até mais tarde. “Hoje, ele é o hóspede vip, conhecido e protegido por toda a vizinhança”.
Ultimamente, após a criação das casinhas, outra ideia que surgiu foi a de implantar comedouros para proteger tanto a ração quanto a água, uma vez que as condições climáticas também impactam nesse sentido. Surgiu até o Restaurante do Riquinho, só para os gatos e uma mensagem na "fachada": "Seja gentil com os animais de rua."
Em relação aos posicionamentos tanto do poder público quanto da população em geral sobre os cuidados com animais de rua, Célia comenta que apesar de conhecer ações, ainda há muito o que ser feito justamente por faltar engajamento da população. “Bem como a conscientização da necessidade de castração e vacinação para evitar o aumento de animais e provável abandono”.
De acordo com a moradora, seu trabalho e de Suzy consiste em alimentar, castrar e doar de forma responsável os filhotes e adultos mansos. “Não somos protetoras, para nós eles não são seres invisíveis, pois sentem fome, sede, frio e sofrem com o abandono e maus-tratos. O trabalho que desenvolvemos sempre foi custeado por nós, porém vejo que falta também o apoio das pessoas em ajudar as ONGs e protetoras independentes”.
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