Chateado, cupido de circo diz que a “maldade está nas pessoas”
Intérprete do personagem polêmico, Carlos Eduardo é artista desde pequeno e cresceu em família circense
“Quando entrei no palco de fraldas, já fui vaiado. É algo que nunca aconteceu em outro lugar”, resume Carlos Eduardo de Gusmão Lyrio, o palhaço cupido que gerou polêmicas em Amambai. Chateado com a má repercussão, o artista circense defende que Mato Grosso do Sul garantiu uma estreia de vaias, ao contrário do carinho normalmente recebido.
De família circense, Carlos Eduardo conta que cresceu no meio artístico e sempre teve interesse pela área. Até por isso, garante que o gosto pela cultura não tem como objetivo gerar desconforto em outras pessoas.
“Sempre tive amor. Com o passar dos anos, fiquei com vontade de ser ator e acabei gostando mais da área dos palhaços. São 27 anos vivendo da arte e mais de 10 anos como palhaço”, diz Carlos.
Inicialmente, ele trabalhava no circo da família, mas há 5 anos resolveu criar seu próprio espetáculo. Se definindo como uma pessoa que acredita na cultura, Carlos detalha que se inspirou em grandes projetos para criar o seu.
Adicionando preferências próprias, o proprietário do espetáculo comenta que o próprio Cirque du Soleil. “A gente fica chateado quando algo assim, ruim, acontece porque geralmente as pessoas vão para o circo justamente para ver o palhaço”, comenta o artista. .
Na participação do cupido, que dura cerca de 10 minutos, Carlos entra em cena com outro palhaço, conforme ele narra. De acordo com o artista, a apresentação mostra um palhaço triste, sem amor, até que o cupido aparece para tentar mudar a cena.
Em meio a flechas caídas que não atingem o colega de cena, o artista comenta que tenta fazer de tudo para alegrar o outro palhaço. “Eu danço uma música do lado dele, mas o outro palhaço ainda não se anima e aí vou até a plateia para fazer graça. Danço música do Léo Santana, faço danças do TikTok, tudo para chamar atenção do outro palhaço”.
De acordo com Carlos, as interações continuam durante a apresentação. “Nós queremos brincar, não queremos expor ninguém. Acho que, no fim, a maldade realmente está nas pessoas”.
Defendendo que a apresentação era algo inocente, o palhaço relata que a intenção era apenas que as pessoas se divertissem. “Falaram que eu estava pelado, mas o próprio delegado me falou que as pessoas da cidade são muito conservadoras, que eu deveria ter usado ao menos uma camiseta. Eu disse que não vou fazer isso, não é minha proposta. A imagem do cupido que é apresentado está no folder, está no Instagram, não tinha como ser diferente”.
Sobre sua trajetória, Carlos pontua que após criar seu show, sua família também optou por entrar no Show do Cupido. E, hoje, todos viajam em conjunto pelo país levando apresentações mais tradicionais, assim como cosplays.
Inclusive, a classificação indicativa que vem sendo citada sobre o Show do Cupido, de acordo com Carlos, é para o show com presença de cosplays. “Nós temos uma sessão com cosplay de The Walking Dead, Casa de Papel e outros personagens. Como essa parte tem terror, como nos filmes, colocamos a classificação de 16 anos por isso, porque o terror já tem a própria classificação”.
Já fora de Mato Grosso do Sul, o circo se prepara para novas apresentações e o proprietário acredita que as cenas de Amambai, em relação ao público, não devem se repetir.
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