Claudemir escolhe balançar aos sábados para ter um pouco de paz
Vendedor chama atenção na Avenida Capital ao pendurar cadeira fio em árvore para balançar
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Sentado em uma cadeira de fio, pendurada com cordas, o operad0r de motosserra Claudemir Pereira do Prado curte o movimento da Avenida Capital, na Vila Margarida. Todos os sábados, o homem de 56 anos, rouba a cena balançando à vontade enquanto vende lenha.
A própria cadeira de fio usada para balançar, das 8h às 18h, ele trouxe de casa. Quando iniciou a venda, em 2012, ele diz que ficava no ponto “fugindo” do sol que chegava toda manhã, foi então que decidiu usar o pé ‘sibipiruna’ que presenteia a calçada com sombra e frescor. “Resolvi trazer uma corda e fazer uma balanço, assim eu fico balançando na sombra devagarinho e curtindo um vento”.
A cena chama atenção de moradores e motoristas que passam pela região. “Direto vejo as pessoa me filmando e fotografando, e alguns gritam para eu ir trabalhar de verdade”. Mas Claudemir diz que não liga para as indiretas. “Não estou nem aí, isso daqui também é um trabalho, não é porque eu estou sentada que estou sem fazer nada”.
Operador de motosserra há 15 anos, Claudemir diz que encara uma rotina pesada de trabalho durante a semana, por isso, decidiu vender lenha aos sábados e curtir o balanço. “É para eu fugir da rotina. Aqui eu não tenho vínculo com ninguém e posso fazer o meu horário”.
No último sábado ele chegou quase no horário do almoço porque a baixa temperatura o castigou. “Estava muito frio, foi difícil sair de casa”, afirma.
Enquanto espera cliente em busca de lenha, Claudemir diz que aproveita a tranquilidade para relaxar, observar a rua e fazer amigos. “Isso fez eu conhecer boa parte da vizinhança, alguns param um pouquinho para conversar comigo e acabo fazendo amizade”.
Dos clientes fieis também ganha sorrisos e dos amigos da igreja, no mesmo ponto, tem banheiro gratuito. “Como eu não saio daqui acabo comendo aqui por perto e a igreja me deixa usar o banheiro tranquilamente, são pessoas de bem”.
Sorridente, Claudemir diz que é formado em Administração, casado há 32 anos e pai de três filhos. Afirma que nunca exerceu a profissão, mas é um homem realizado. “Eu só não fui administrador porque não quis. Gosto do meu trabalho e tenho três filhos bem criados”.
Palmeirense fanático, aos sábados também gosta de trabalhar com o uniforme e conversar sobre o time. “É o melhor time do mundo, não tem pra ninguém”, ri.
Claudemir vende lenhas todos os sábados na Avenida Capital esquina com a Rua Naviraí.
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