Cláudio deixou tantas lições que mereceu agradecimento em letreiro de ônibus
Ele era gerente de manutenção na Viação Cidade Morena de Campo Grande, mas faleceu na semana passada
Querido em casa e no trabalho, Cláudio José Benites deixou saudades. Era aquele paizão que abraçava tudo e todos com um sorriso no rosto. Dava conselhos e orientava filhos, funcionários e amigos, sempre com uma resposta eficiente. Tinha pique de menino novo mesmo aos 72 anos. Por conta das reviravoltas do destino, foi internado as pressas e faleceu na semana passada, no dia 23. A notícia abalou muita gente, que agora o homenageia com letreiro em 50 veículos do transporte coletivo de Campo Grande com a mensagem: "Obrigada por tudo Sr. Cláudio, a VCM te ama".
E ainda tem mais por vir. “Vamos fazer uma homenagem. Pedi para prepararem uma placa com o nome dele para nomear a chácara de 2 hectares da associação dos funcionários que está nas Moreninhas. Ele era o presidente de lá. Vamos fazer uma festa de gratidão”, conta o diretor da Viação Morena, Leonardo Constantino. Na empresa, Claudio era gerente de manutenção. O tributo deve ocorrer no próximo domingo.
Foram mais de 20 anos de serviço no mesmo local. Cuidava de 500 funcionários, trabalhava de segunda a sábado, mas aos domingos de manhã gostava de passar para conferir se estava tudo certo e dar apoio moral a quem precisasse. “Vivia para a família e trabalho, todo dia, feriado, domingo de manhã... estava por lá. Ia porque gostava. Nos ensinou a lição de fazer o bem, tratar as pessoas bem, ser amigo. Era uma pessoa leal”, destaca o amigo.
Na empresa, Leonardo era o chefe de Cláudio, mas fora do trabalho era seu segundo pai. “Foi meu padrinho de casamento, vivia na minha casa. Me ajudou até no lado pessoal, com conselhos de honestidade, ensinou a tratar bem as pessoas. Era meu braço direito na empresa e nosso churrasqueiro oficial”, lembra.
“Ficamos surpresos. Sabíamos da sua dedicação no trabalho, porém não imaginávamos que havia todo esse carinho. Quando vi o ônibus passando na rua me emocionei e pedi para o motorista parar. Fui pego de surpresa e fiz a filmagem”, fala um dos filhos do gerente de manutenção, o administrador Cristiano Benites.
Na família - Em casa, Cláudio era mais querido ainda, tinha quatro filhos que o amavam incondicionalmente. Cristiano conta que o pai veio de São Paulo para trabalhar na empresa, e lembra de alguns momentos marcantes para família. “Ele recebeu um convite para trabalhar aqui em 1998. Tirava férias só porque fazíamos pressão, dizia que não precisava descansar. A gente pedia para fazer uma viagem, mas só faltava ao serviço em último caso”.
Cláudio tinha mal de Parkinson, e até o cuidado com as medicações era jeito de mostrar afeto da família. “Tenho certeza que ele partiu em paz, porque todos os obrigados e desculpas pedimos em vida. Agradecemos tudo em vida, partiu com a missão cumprida. Tivemos um relacionamento familiar sincero e honesto. Sempre nos dizia para sermos corretos”, recorda.
Entre as lições que aprendeu com o pai, Cristiano lembra: “Aprendi tudo, ser honesto, correto, trabalhar direito. Era um bom pai e marido, tudo o que ele foi para nós, levamos como aprendizado”, finaliza.
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