Com ajuda dos pais de santo, Sarah criou reino mágico dos orixás
História de João e Yoyô trata sobre assuntos que vão da tolerância religiosa até lições de coragem
Durante toda a vida, Sarah Muricy sonhou ser escritora e, apesar de já ter escrito outros trabalhos, em 2021 foi questionada por sua mãe de santo se não existia a vontade de criar algo só seu. Assim, com ajuda de seus líderes religiosos, decidiu que havia chegado o momento de criar um reino mágico dos orixás.
Há três anos, antes de começar a dar vida ao livro infantil, a professora publicou um conto em uma antologia. Depois disso, a sugestão de sua mãe de santo, Alexandra, veio como algo que permaneceu no coração.
“Fiquei pensando que aquilo era muito distante, foi quando ela me disse ‘e se fosse um livro sobre a religião?’. E eu fiquei pensando em como fazer um livro assim que pudesse trazer entretenimento, mas que tivesse poesia no jeito de falar”, explica.
Se envolvendo com o processo, a autora puxou memórias sobre as histórias que havia ouvido sobre o pai de sua mãe de santo. “Quando comecei a frequentar a casa, ele não trabalhava mais, mas todo mundo tinha uma história com o “Vô”. Então, decidi que meu personagem se chamaria João em homenagem a ele e que aquela história seria nossa”.
Sabendo disso, o processo criativo levou quase seis meses e envolveu muitas conversas com os líderes religiosos. “Pai Juan e Mãe Alexandra da Casa de Caridade Dona Tida, para que eu recebesse as orientações e informações que iria transformar em história”.
Em sua apresentação do livro, Sarah conta que O Reino Mágico dos Orixás narra sobre a jornada e João e de sua mentora espiritual Yoyô. A partir de ensinamentos vindos os orixás da Umbanda, o caminho é composto por ensinamentos sobre amor, coragem e respeito.
“O livro também pode ensinar jovens e adultos sobre a importância de abraçar as diferenças e buscar um mundo melhor para todos”, completa a autora.
Depois do processo criativo, a finalização levou cerca de 30 dias, contando a partir da decisão do nome e características dos personagens. E, além de sua própria escrita, a necessidade de criar um rosto para cada um também veio em conjunto.
“Quando o Reino Mágico terminou de ser escrito, eu já queria que os personagens tivessem rostos e que os orixás fossem retratados. Isso contribui para desmistificar os estereótipos ao redor da religão, que muitas vezes contribuem para fomentar preconceitos”, diz Sarah.
Em contato com a artista Beatriz Santana, VeryRuim, a parceria surgiu para a ilustração. “Ela não é da religião, então foi um trabalho de muita dedicação dela, arte mesmo”.
Sobre o público do livro, a professora comenta que foi pensado para a família, com uma linguagem leve e lúdica.
“Foi pensado para crianças entre 09 a 11 anos, mas também para ser parte de momentos de leitura com crianças mais novas e jovens que simpatizam com a religião ou querem aprender sobre as bases. As informações vêm com o apoio das ilustrações e uma linguagem poética dentro de uma narrativa que apesar de fantástica, foi revista por dirigentes religiosos para que também prestasse informação”, completa sobre o livro.
Nascida em Barreiras, na Bahia, Sarah se mudou para Campo Grande em 2008 e trouxe consigo a vontade de transformar os sentimentos em palavras. Escrevendo desde os 9 anos, ela conta que sua prioridade é abraçar desde os momentos até as pessoas e coisas nesse caminho.
Disponível em pré-venda, o livro possui valor promocional de R$ 19,90 para pagamento via Pix e retirada no lançamento, que irá ocorrer no dia 15 de junho. O evento será realizado na Estação Cultural Teatro do Mundo, localizada na Rua Barão de Melgaço, número 177.
Mais informações podem ser consultadas através do perfil no Instagram, @oreinomagico.
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