Com parede de escalada e púlpito de prancha, igreja chama atenção pelo visual
A Bola de Neve Church é uma igreja diferente, mas nem tanto, afirma o pastor Felipe Paiva Nather, de 31 anos, que está à frente da instituição religiosa. O visual da sede de Campo Grande chama atenção de quem entra: o púlpito feito de palet com uma prancha de surf e um long bord, são as marcas registradas da igreja.
Na parede, o versículo da Bíblia "Mas Deus escolheu as coisas loucas desse mundo para confundir as sábias" foi grafitado ao lado do muro de escalada. O local ainda tem um tatame e quadras esportivas para projetos sociais. O ambiente é bem diferente de qualquer outra igreja evangélica da Capital, mas o principio é o mesmo, garante o pastor Felipe.
Cada um vai com a roupa que se sente melhor, nada de formalidades. Os louvores também variam os estilos musicais. A adoração vai do rock ao reggae. Para Felipe, a única diferença da Bola de Neve é que ela aceita as pessoas como elas são.
Segundo o pastor, a doutrina é parecida com de outras religiões evangélicas, os princípios da Bíblia são vividos ao pé da letra e se engana quem pensa que nesse quesito a igreja é diferente. “Se a pessoa não está disposta a viver para Jesus e com santidade, elas até vem, mas não ficam”, comenta. Os cultos atraem os jovens pela maneira irreverente de evangelizar. “A ideia é oferecer mais igreja possível, no menor tempo e viver a palavra de Deus”, explica.
A Bola de Neve também tem a intenção de chegar onde ninguém chega com a evangelização: na balada, nas ruas e cativar gente disposta a mudar de vida. “Já rodei muitas igrejas e a Bola de Neve é o contrario do que todos pensam, aqui não é uma igreja que pode tudo e sim para viver Deus na íntegra. Nossa diferença é aceitar as pessoas como elas são. Existe uma perfeição de Deus, mas ele perdoa todo o tempo da ignorância. Ele veio para aqueles que não eram dele”, afirma o pastor.
Novo, Felipe também tem o visual descontraído e jovial, ao lado da esposa, ele idealizou toda a parte estética da igreja. Artista Plástico, ele mesmo cuidou de pintar as paredes e deixar o lugar com a "cara" que tem hoje, mas tudo com muita seriedade.“A Bola de Neve não é brincadeira, é um instituição séria. Nós não queremos dinheiro, não queremos nada, além de vidas para Jesus. Que as pessoas deixem uma vida de pecado para viver para Deus”, afirma.
Filho de pastores, Felipe cresceu na igreja e recebeu o "chamado" há pouco tempo para começar a igreja aqui. Mato Grosso do Sul foi o último Estado a ter a Bola de Neve. A igreja começou no litoral de São Paulo, com o Apóstolo Rina, em dezembro de 1993. O nome expressa como o grupo surgiu, uma bola de neve que começa pequena e vira uma avalanche.
Hoje a instituição tem o seu templo, na Avenida Calógeras, 990, mas tudo começou com um célula. Quem quiser conhecer, os cultos reúnem cerca de 100 pessoas aos domingos, às 19h.