Com peças de moto e carriola, Léo aterroriza com walk machine caseiro
Leonardo usou peças velhas para construir um walk machine sozinho; o veículo é febre nas grande cidades
Quem anda pela Orla Morena com frequência, ou até pelo Centro de Campo Grande, já deve ter visto Leonardo “radicalizando” com sua walk machine. Dono de uma empresa de serviços para encanamento, Leonardo Tom de Andrade teve a ideia e fez o veículo sozinho, ou quase.
Moda nas cidades grandes, o walk machine é uma espécie de patinete motorizado, com vários modelos, sendo alguns com bancos, outros sem, sem falar na caridade de potências.
Mas para Leonardo comprar pronto nunca foi uma opção. Fuçador desde criança e com espírito de professor pardal, o jovem empresário resolveu construir seu próprio, tudo com peças de um moto modelo Bis.
“Eu usei o motor da Bis 100 cilindradas, pneu de carriola, e várias outras peças, comprei mais algumas peças de ferro, montei o projeto e propus para uma amigo meu com mais experiência em solda se ele não me ajudava, em três dias tava pronta”.
Leonardo conta que gastou entre peças e mão de obra aproximadamente R$ 1.700,00. “Você não acha esse tipo de veículo por menos de R$ 3.000”.
A habilidade de Leonardo impressiona. Ele chama o walk machine no grau e anda vários metros. “É fácil de andar nele, só tem que começar com ele em movimento”.
Natural de Curitiba, Leonardo espera o primeiro filho. Luana, a mãe, acompanha a entrevista. Antes da gravidez, ela andava junto de Leonardo. “Nós fomos para a praia nesses últimas férias e levamos o walk, todo mundo ficava olhando. Um cara quis comprar, mas ofereceu um valor que não compensava.”
Por trás do talento e da paixão de Leonardo por transformar coisas, está uma história de luta contra as drogas. Inclusive com longos períodos vivendo na rua. “Eu condena pessoas em situação de rua e por uma ironia do destino fui parar lá”
Há pouco mais de um ano limpo, Leonardo conta que uma das coisas que lhe faz ficar longe das drogas é justamente a possibilidade de pegar algo considerado velho para algumas pessoas e transformá-lo. “É isso que me traz felicidade, quem me mantém, além da minha família”.
Agora o projeto é fazer mais um walk para a esposa e num futuro até um jetski. “Mas quero fazer com essa mesma pegada, de usar peças velhas”.
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