Com 'torcida no céu', Elaine correu 7 km para garantir medalha da mãe
Mãe e filha iriam participar da corrida juntas, mas há menos de um mês os planos foram interrompidos
Há meses se preparando para dividir mais um momento com a mãe, Elaine Carvalho Souto precisou dar um novo sentido à corrida deste domingo (8), em Campo Grande. Como ela resume, Marilza deixou a programação na terra para se tornar a “torcida no céu” e, honrando o compromisso, a filha correu os 7 km para garantir a medalha da mãe.
Tentando buscar forças para enfrentar o luto recente, Elaine narra que ela e Marilza Gonçalves de Carvalho sempre compartilharam as alegrias da vida. Mas, no dia 23 de agosto, uma despedida inesperada foi forçada.
Diagnosticada com uma infecção generalizada, a mulher de 66 anos partiu, mas deixou o amor por viagens, o gosto por longas caminhadas e a amizade para as quatro filhas. Sobre a Corrida do Pantanal, a ideia surgiu justamente porque Marilza já tinha a tradição de fazer a caminhada da fé, de 18 km, em Goiânia.
“Nós estávamos sentadas, conversando em um domingo, e falando sobre a caminhada da fé. Aí falei da corrida daqui, que também tem a opção de caminhada, e eu falei que iria correr. Ela achou graça, perguntou se eu ia mesmo e decidiu que ela também faria a caminhada”, conta a filha.
Desde então, Elaine prometeu para Marilza que iria colocar a medalha no pescoço da mãe. “A gente estava empolgada, estávamos treinando, mas agora vou ter que ir sem ela. Vou com meu esposo e minha filha, ela vai ter que cuidar da gente lá de cima”.
Definindo a mãe como uma mulher cheia de energia, ela conta que a alegria sempre esteve presente, “ela era muito viva, muito ativa. Dançava, só nesse ano a gente tinha programado três viagens. Ela fez uma para Goiânia e no mês que vem a gente ia para Cabo Frio, além de dezembro irmos para Praia Grande”, diz.
Outra tradição era a de viajar para comemorar o aniversário de Elaine, tanto que a última viagem que as duas fizeram juntas foi para Porto Seguro, em julho.
Todo ano a gente viaja juntas, a gente era carne unha mesmo. Depois que ela faleceu, fiquei pensando se ia fazer a corrida ou não, fiquei muito desanimada. Não treinei mais, mas decidi que iria fazer sim, que eu preciso trazer a medalha para ela, narrou a filha.
Com todas as boas memórias em mente, a filha conta que o cotidiano segue pesado e que todo esforço parece duplicado. Mas, ainda assim, se lembrar de tudo o que viveu de bom com Marilza é o ponto mais importante.
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