Corintiano e sofredor, Sérgio acende vela para o time desde 1965
Com coleção de camisetas em casa, torcedor é daqueles que 10 horas antes do jogo começa a sofrer
“Sou corintiano, maloqueiro e sofredor graças a Deus”, declara Sérgio Onça, de 64 anos. Desde 1965, o Corinthians é assunto sério para o historiador que acende vela em dia de jogo importante, coleciona uniformes e guarda datas das principais conquistas do time.
Ele não sabe porque escolheu torcer para Corinthians, enquanto os amigos na escola torciam para Santos, ele quis ‘ser do contra’. Quinto filho entre oito, Sérgio foi o primeiro a ser ‘Corinthians’ na família e sente orgulho em saber que esse é um dos legados que deixará para filhos e netos.
Usando o uniforme que é a segunda pele, ele conta que desde 1965 o amor pelo time vem crescendo. “Especialistas em saúde mental e psicologia falam que a paixão dura quatro anos. Se tratando de Corinthians só aumenta a cada dia, isso é uma coisa que emociona. Eu não sou corintiano, eu sou Corinthians”, destaca.
Ao recordar os principais títulos e lembranças que tem do clube, ele se emociona, revive na cabeça lances que resultaram em gols, cita nome de jogadores que há décadas vestiam o uniforme preto e branco.
O funcionário aposentado pelo Correios tem suas mandingas como qualquer bom torcedor. Ele só acompanha os jogos em casa da TV que ao lado tem uma estátua de São Jorge, que é padroeiro do ‘Timão’. O chaveiro de São Jorge sempre fica ‘em pé’ na quina da mesa e se o jogo é muito importante três velas são acesas antes da partida começar.
Além das velas, ele explica que nenhum torcedor de outros times entra dentro da casa enquanto o jogo não acaba. “Em decisão, jogos importantes, quem não é corintiano não entra aqui. Pode ser irmão, pode ser o que for. Eu não faço nada que possa atrapalhar”, explica.
Como bom corintiano, o aposentado é daqueles que começam a sofrer horas antes. “Dia do jogo do Corinthians o coração dispara, é tremedeira mesmo, fico pilhado, lembrando: ‘Faltam 10 horas para começar o jogo’. É uma emoção, não tem como segurar”, afirma.
Nos últimos 59 anos, Sérgio viveu mais de ‘um teste para cardíaco’ acompanhando os jogos. Libertadores e Mundial foram duas disputas onde ele chegou ao limite, porém no fim celebrou a vitória do ‘Timão’.
Coleção de camisas - Entre camisas de edições comemorativas, sociais e uniformes oficiais, o sul-mato-grossense tem mais de 30 mantidas no guarda-roupa. Algumas delas, Sérgio não usa mais e ainda faz questão de manter guardadas.
“Essa aqui quem usou muito esse tipo de camisa foi o Roberto Rivelino, é uma retrô de 1971. Essa aqui foi lançada de novo em 2018. Essa aqui foi para comemorar o tricampeonato da Copa do Brasil, é de 2009, essa aqui é de quando o Corinthians voltou da Série-B”, cita.
Nesse ritmo, Sérgio seguiu mostrando a coleção e falando dos jogadores favoritos que marcaram época. Entre os nomes lembrados estão: Rivelino, Sócrates, Neto, Marcelinho Carioca, Cássio e Danilo.
Relembrando histórias com uma precisão que impressiona, o torcedor dá uma verdadeira aula sobre o Corinthians desde o tempo de criação em 1910. A 1ª camisa do Corinthians, a invasão corintiana em 1976 no Maracanã, a mudança no símbolo, o porquê o uniforme ganhou listras pretas após 1915 são alguns dos fatos e curiosidades que Sérgio resgata.
Corintiano roxo é eufemismo para o quanto Sérgio é louco pelo Corinthians. Para quem acha que é pouco, ele também vive pelo Corinthians, ele é o Corinthians.
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