Costureira aceita desafio e busca doações para enviar 800 uniformes à Africa
A costureira Edna Gonçalves Caixeta, de 35 anos, ficou encantada quando, há um ano, conheceu projeto de ajuda humanitária à África. Há pelo menos duas décadas, um casal de amigos campo-grandenses se mudou para o continente e, por lá, ajuda a manter três escolas, duas em Moçambique, nas cidades de Chimoio e Dondo, e uma em Malawi, numa região chamada Chigumula.
Eles, que fundaram os colégios, oferecem alimentação, materiais básicos para os estudos e, entre outras coisas, uniformes. Sabendo da necessidade, Edna se dispôs a ajudar e encarou o desafio de produzir 1,6 mil peças até o dia 15 de maio, que é quando a dupla vem à Campo Grande para uma visita.
No total, são 800 uniformes, que serão enviados a cerca de 750 crianças, com idade entre 2 e 12 anos, que estudam nesses colégios e são atendidos pelo projeto batizado de “Kukula Pabodzé - Growing Together”. Cada aluno vai receber uma camiseta e uma bermuda.
No Natal do ano passado, a costureira conseguiu confeccionar e enviar 50 conjuntos. Deu trabalho, mas o sorriso estampado no rosto das crianças, visto em fotos, pagou todo o esforço.
“É muito bom saber que, mesmo com poucos recursos, você consegue fazer algo pelas pessoas. Eu fico feliz”, diz.
Agora, o desafio é maior e exige, além de tempo e disposição, dinheiro e material para produzir. Fazendo as contas, Edna precisa de 160 quilos de malha para dar conta da encomenda.
No início, logo que aceitou a empreitada, ela até pensou em vender duas máquinas que tem, mas, antes de meter os pés pelas mãos, achou melhor pedir ajuda e recorreu a uma amiga, a Juíza do Trabalho Déa Marisa Brandão Cubel Yuele, que já faz campanha com conhecidos.
Algumas pessoas já colaboraram, mas, como a divulgação começou há pouco tempo, ainda falta muito para conseguir o material.
Quem tiver interesse em ajudar deve comprar no mínimo um quilo de malha verde cana ou verde bandeira na loja Duarte Malhas, que fica na Rua Rui Barbosa, 2397. O pedido deve ser feito com a vendedora Vanessa.
A escolha da loja foi, segundo ela, por uma questão de padronização do produto e das cores. O uniforme tem os dois tons, que são divididos entre a camiseta e a bermuda.
A entrega deve ser feita no espaço de confecção onde ela trabalha, que fica na Rua 14 de Julho, 3488. A costureira também aceita doações em dinheiro porque vai precisar terceirizar os serviço de serigrafia e, além disso, pretende contratar um equipe para finalizar tudo em tempo hábil. O contato pode ser feito pelo celular (67) 9150-3779.
Até maio, os dias serão mais puxados para Edna. A volta para casa vai atrasar, mas isso, ela garante, não tem importância. “É por uma boa causa. Essas crianças estão sonhando com esses uniformes”, afirma.