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Comportamento

Covid não poupou sorriso de Maria, que nunca desperdiçou bom humor

Corumbaense tinha uma vida saudável, mas foi uma das vítimas da covid-19, aos 71 anos de idade

Thailla Torres | 07/11/2020 07:55
Na foto estão a filha Luciana, o filho Edgar, dona Maria, a neta Giovanna, o neto Heitor e esposo Ornei (Foto: Arquivo Pessoal)
Na foto estão a filha Luciana, o filho Edgar, dona Maria, a neta Giovanna, o neto Heitor e esposo Ornei (Foto: Arquivo Pessoal)

Setenta e um anos! Poucos alcançam essa idade sem um histórico de momentos ranzinzas na vida. Mas isso aconteceu com Maria Erix Hermosilla de Almeida, uma corumbaense que teve a vida interrompida no dia 5 de outubro pela covid-19 em Campo Grande. O bom humor é o que ficou para os filhos que agora contam a história da mãe com lágrimas nos olhos.

Luciana de Almeida afirma que, apesar da idade, a mãe tinha uma saúde de ferro. No entanto, acabou contraindo a doença junto com o marido e os filhos. Todos foram assintomáticos, inclusive Maria, durante um período, até que um dia relatou aos filhos a intensa falta de ar.

Logo foi para o hospital e ficou internada. Cerca de 10 dias depois dona Maria partiu.

“A gente ainda fica meio confusa de relembrar os momentos no hospital. Foi tudo muito rápido. Ela fez a passagem em um momento da vida que ainda era forte. Mamãe nunca fez planos, mas sabia viver o presente como ninguém, se aqui estivesse estaria ao nosso lado confiante e feliz”, desabafa a filha.

Maria ficou conhecida pelo sorriso que nunca deixava de lado (Foto: Arquivo Pessoal)
Maria ficou conhecida pelo sorriso que nunca deixava de lado (Foto: Arquivo Pessoal)

Numa carta escrita à quatro mãos pelos dois filhos, Luciana e Edgar de Almeida, encontramos uma Maria sorridente e que soube deixar marca de felicidade por aí. “Seu bom humor foi sua marca registrada”, escrevem os filhos para a série o "O que ficou de quem partiu".

Amava contar as histórias de sua vida. Guardava ótimas recordações da infância, como as diversas vezes que sua saudosa mãe, a vovó Pascoala, a levava junto dos outros filhos para beira do rio enquanto lavava roupas.

Maria se mudou para Campo Grande na adolescência, mas viveu pouco tempo por aqui. Passou anos em São Paulo morando com tios avós até que se casou em 1974 com Ornei de Almeida, um mineiro que a fez adotar Minas Gerais como sua segunda morada. “Durante anos nossas férias de julho e fim de ano eram em terras mineiras”, lembram Luciana e Edgar.

Em 1996 ela retornou a Campo Grande com a família e dedicou uma vida para cuida dela, “sempre com sorriso doce”, diz Luciana.

Também não dispensa o domínio do fogão e sempre tinha algo saboroso para oferecer. “Quando ela falava assim: Advinha o que tem pro almoço hoje? Nós já sabíamos, era quiabo com carne ou quiabo com frango. A sobremesa de domingo, tão esperada, era o pudim".

Maria ao lado do grande amor, Ornei (Foto: Arquivo Pessoal)
Maria ao lado do grande amor, Ornei (Foto: Arquivo Pessoal)

Maria também amava as plantas e as flores, araras e ipês eram paixões. Roberto Carlos, seu cantor preferido, a família toda teve que aprender a gostar. Antes de dormir ela sempre tinha que dar boa noite aos filhos, ouvir Edgar pedir sua benção e mandar várias figurinhas fofas pelo WhatsApp.

Nossos pais compartilharam dessa vida juntos por 47 anos e todas as manhãs tomavam café juntos e conversavam sobre tudo por horas a fio. Hoje tentamos dar suporte a ele, cuidando e zelando como ela sempre fez”, diz Luciana.

O que ficou de Dona Maria para todos que a conheceram? “Ficou o verdadeiro amor pela família, seu delicioso senso de humor e sua fé inabalável. Eu, como filho, amiga e confidente tenho tatuado no meu coração o sorriso e a gargalhada gostosa que ela tinha. O sentimento que existe hoje é de gratidão a Deus porque foi ele que deixou essa linda flor no jardim das nossas vidas por todos os esses anos”, finaliza.

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O que ficou de Dona Maria para todos que a conheceram? “Ficou o verdadeiro amor pela família, seu delicioso senso de humor e sua fé inabalável", dizem os filhos (Foto: Arquivo Pessoal)
O que ficou de Dona Maria para todos que a conheceram? “Ficou o verdadeiro amor pela família, seu delicioso senso de humor e sua fé inabalável", dizem os filhos (Foto: Arquivo Pessoal)
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