Da casa dos pais ao espaço próprio, Rodrigo fez 'milagre' para ter oficina

Há dois anos, Rodrigo da Silva Oliveira, de 37 anos, deu adeus ao medo e se jogou em um desafio pessoal: ter o próprio negócio. Fascinado por motos, ele iniciou a trajetória aos poucos nos fundos da casa dos pais, imaginando que ali nasceria uma oficina e fez "milagre" com pouquíssima renda. A mudança trouxe o sonho de criança à tona e a certeza de que ele nasceu já entendendo a dinâmica das peças.

A paixão pelas motos sempre esteve presente na vida do mecânico. Ainda pequeno, Rodrigo gastava horas observando o vizinho que mexia com os veículos. Depois, aos 15 anos, o jovem passou da contemplação para a ação. Quis colocar a mão na massa e aprender. Foi aí que teve um ‘start’ sobre o que gostaria de ser na vida.

Três anos mais tarde, aos 18, Rodrigo colocou o capacete, ajustou os retrovisores e deu partida em direção ao sonho. Iniciou um curso de formação técnica no Senai sobre mecânica e conseguiu o primeiro emprego como auxiliar, onde ficou por oito anos. No período, a vontade em continuar aprendendo fez ele começar a mexer nas motocicletas no fundo da casa dos pais, na Vila Santo Eugênio.

“Vi que eu tinha o jeito, o dom, mas eu tinha medo de ser dono de algo. Mexia com a moto no fundo da casa dos meus pais, para amigos, familiares. Eles sempre falaram pra eu abrir meu próprio negócio, me incentivaram falando que eu trabalhava bem”.

Rodrigo trocou de empresa e foi trabalhar na Honda como consultor técnico. Ficou no cargo por nove anos. Ao Lado B ele ressalta que nunca deixou de trabalhar com as motos na casa dos pais. “Nessa época, mexia só aos finais de semana, fazia como um bico”.

O empurrão que faltava veio em alta velocidade, durante a pandemia de covid-19. O mecânico perdeu o emprego e encarou isso como uma mensagem divina para mudança. “Deus falou 'cara, é a sua hora'. Abri um MEI, comprei as ferramentas e fui guardando em casa”.

Este ano, Rodrigo vive o ápice da carreira com a própria oficina, localizada próximo à casa dos pais, na Rua Paraisópolis, ainda no bairro Vila Santo Eugênio. O nome foi pensado há muito tempo, Expresso Moto Center, e sintetiza a agilidade que Rodrigo afirma ser o diferencial no trabalho oferecido.

“Eu me arrependo de não ter começado antes porque tinha medo. Tudo o que planejei na minha mente, do jeito que queria abrir, deu certo. Desde trabalhar com moto, venda, compra, conserto, até buscar a moto na rua”.

O primeiro atendimento aconteceu de maneira natural, enquanto Rodrigo ainda ajeitava a loja. Ele conta que estava pintando a oficina quando um colega passou e quis ser atendido por ele. No momento, o mecânico explicou que ainda não estava mexendo nas motos, mas aceitou. Após isso, a fama entre os amigos só aumentou.

Sobre acreditar nos sonhos de infância, ele acrescenta que é preciso dar valor e levar a sério.

Quem tem um sonho não desista, porque um dia pode se tornar realidade, disse.

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