Das fotos às histórias, você acerta sobre as primeiras ruas da Capital?
É difícil quem não conheça os nomes das principais vias, mas a história e motivo podem gerar mais dúvidas
Dia de #TBT também pode ser o momento de testar os conhecimentos e, por aí, você conseguiria reconhecer as fotos das primeiras ruas de Campo Grande, explicar o motivo de seus nomes e as histórias que fazem parte de seus anos de formação? Desde homenagens a governantes até narrativas com cabarés, os anos iniciais da cidade tem um pouco de tudo.
Guardando parte da história da cidade, o Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) reúne esses contextos e curiosidades em formatos diversos. Além das fotografias, mapas e cadernos de registros públicos ajudam a contar sobre as narrativas envolvendo o município, como conta a técnica do arquivo, Valdelir Alves.
Apesar de as buscas serem mais intensas no mês de agosto, com o aniversário da Capital, ela narra que pesquisadores e curiosos sempre costumam aparecer no Arca (localizado na Rua Brasil, 464). E com parte de seu acervo é que o assunto de hoje são as primeiras ruas da Capital.
Começando pelas ruas 7 de Setembro e 13 de Maio, ambas são do início do século XX. A partir de registros em livros, jornais, relatos e documentos, o Arca apresenta que a 7 de Setembro se dividia entre sentimentos.
Isso porque de um lado havia o apelido de “Rua Alegre” ou “Ruas das Alegrias” devido aos seus cabarés, bares e festas. Mas, de outro lado, os crimes também eram muito comuns, “os crimes da Rua 7 de Setembro eram todos contra a pessoa, violências por motivos diversos. Alguns praticados por bandidos profissionais, outros derivados das emoções e paixões exacerbadas pelo álcool”, descreve publicação do arquivo.
Em relação ao seu nome, a 7 de Setembro ganhou esse título desde o alinhamento das ruas em 1909 como uma homenagem à Independência do Brasil.
A 13 de Maio, por sua vez, foi uma homenagem à Lei Áurea e também foi nomeada no alinhamento de 1909. Diferente de outras vias da cidade que passaram por várias mudanças de título, a 13 segue com o mesmo nome desde o início.
Marcadas pela primeira igreja da cidade, as ruas 15 de Novembro e Calógeras contam com uma das fotografias mais antigas de Campo Grande. Nelas é que foi construída a capela de Santo Antônio.
O título da 15 de Novembro segue a mesma lógica das ruas citadas anteriormente e homenageia a Proclamação da República, sendo assim nomeada em 1905. Já a Calógeras passou por mudanças de nomes.
No primeiro arruamento da cidade, ela tinha o nome de Santo Antônio e em 1912 é que se tornou uma homenagem ao engenheiro e ministro João Pandiá Calógeras. Na época, ele foi o responsável pela instalação da 9ª Região Militar e Comando Militar do Oeste em Campo Grande.
Diferente das homenagens nacionais, a Rua 14 de Julho se refere à queda da Bastilha, um marco da Revolução Francesa. Segundo o acervo do Arca, essa foi uma ideia do vereador Miguel Garcia Martins, que legislou entre 1909 e 1911.
A história da 14 de Julho envolveu sua nomeação popular como “Beco”, já que existia um trilheiro sem saída. No final da década de 1900, ela ganhou o atual nome, mas depois passou a se chamar Aníbal de Toledo como uma homenagem ao então “presidente” de Mato Grosso.
Depois, se chamou João Pessoa para homenagear o candidato à vice-presidência do Brasil e que foi assassinado. Mas, em 1914, voltou a se chamar 14 de Julho, já que a população continuava a conhecendo assim.
Tendo se tornado a principal avenida da cidade, a Afonso Pena foi nomeada Marechal Hermes no arruamento de 1909. Mas, em 1916, ganhou o título atual para homenagear o presidente que aprovou o traçado da Noroeste do Brasil, que mudou os rumos de Campo Grande com a chegada da ferrovia.
Entre as curiosidades envolvendo a Afonso Pena está que, segundo o Arca, a avenida era ponto não apenas de taxistas, mas de choferes. Também no século passado, o antigo Cine Alambra ficava localizado por ali e tinha seus dois mil lugares.
E, para fechar as curiosidades do #TBT de hoje, a Dom Aquino já foi uma homenagem ao fim da Guerra do Paraguai. Por isso, se chamava 1º de Março (já que a guerra acabou nesta data, em 1870).
Mas, em 1919, começou a se chamar Dom Aquino para homenagear o “presidente” de Mato Grosso, Francisco de Aquino Corrêa. O governante se tornou sacerdote em 1909 e, em 1915, se tornou o bispo mais jovem do mundo (na época). Ele governou Mato Grosso entre 1918 e 1922.
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