Dentro e fora do campo, técnicas fazem de tudo no futebol de várzea
Em time composto por homens, elas mostram talento no futebol e vencem o preconceito em campo
Fernanda Kunzler, de 40 anos, e Nilda Santos, de 41 anos, são duas apaixonadas por futebol. Há três anos, as jogadoras criaram o próprio time: Quarteto S.A. Seja dentro ou fora de campo, elas são as técnicas que comandam a equipe masculina composta por ex-jogadores profissionais.
O time foi idealizado por elas e com outras duas jogadoras e é uma homenagem ao técnico que as acompanhou durante anos no esporte. “A equipe se chama Quarteto S.A (S.A é de Seu Anízio, o treinador, in memória). Colocamos esse nome porque éramos quatro amigas que jogavam juntas e tinham o desejo de montar uma equipe masculina”, conta Fernanda.
Há três anos, a equipe começou com jogadores amigos e outros conhecidos dos campos de futebol. Aos poucos, a escalação foi mudando e hoje todos os envolvidos tem uma história à parte com a modalidade.
“Alguns já foram profissionais no futebol e estão em outras áreas do futebol, dão aulas, são treinadores, árbitros e ex-árbitros. Ou seja, o que nos move conjuntamente é o amor ao futebol e o desejo de estar em campo”, pontua.
Por serem umas das poucas técnicas a comandar um time masculino no Estado, Fernanda e Nilda nunca passam despercebidas. Além disso, elas já passaram por situações desagradáveis, por exemplo, times rivais subestimarem o Quarteto S.A ao verem que são duas técnicas no comando.
Como jogadoras experientes, elas mostram que têm talento de sobra para desempenharem qualquer papel. Se for preciso, as técnicas jogam de igual para igual sem dificuldade nenhuma. “Já jogamos na linha junto com os homens para completar nosso time que estava desfalcado. Ganhamos o jogo neste dia. Ainda há muito machismo, vemos, ouvimos, presenciamos sempre e cada vez mais nos mantemos lá”, pontua.
Essa presença e resistência no futebol é uma questão importante para as técnicas, que veem o esporte como um espaço de resistência das mulheres. Com paixão pelo que fazem e pelo que acreditam, elas seguem apostando no time que também acredita no trabalho delas.
“Ainda temos muito caminho pela frente, não temos o investimento necessário e igualitário como há no futebol masculino, nem temos tantas competições e as premiações como no deles. O caminho é árduo e longo ainda, mas possível”, destaca.
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