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Comportamento

Desempregado há meses, jovem se dispõe a trabalhar 24h por dia em cima de skate

Elverson Cardozo | 17/12/2014 06:12
Guilherme quer fazer entregas em cima do skate e acredita que o projeto é perfeitamente viável. (Foto: Marcos Ermínio)
Guilherme quer fazer entregas em cima do skate e acredita que o projeto é perfeitamente viável. (Foto: Marcos Ermínio)

Desempregado há 3 meses, cansado de entregar currículos e só ouvir “qualquer coisa a gente te liga”, Guilherme de Almeida Santos, de 30 anos, tomou uma decisão radical. Esta semana ele recorreu ao Facebok para tentar voltar à ativa.

Na rede, fez um post onde se diz disponível para trabalhar 24 horas por dia, de segunda a segunda, incluindo feriados. Para ele, não tem tempo ruim. Só existe um detalhe: o rapaz quer um emprego de entregador. Mas não é só isso. Ele quer trabalhar em cima de um skate ou de uma bicicleta e carregando algo de, no máximo, 20 kg, já que a intenção é fazer o transporte em uma mochila.

A vida profissional dentro de um escritório nunca foi um sonho. Com o passar do tempo, a decepção e revolta com as diferenças salariais, disparidade de cargos, acúmulo de funções e as cobranças descabidas só colaboraram para essa decisão.

"São muitos valores correndo por trás enquanto você está preso em um lugar. Tem muita coisa que você pode fazer e não faz. A gente foi criado para olhar para trás ao invés de olhar para o agora. […] Tudo ficou muito favorável para alguns... cargo mais pesado para outros. Eu tento dar uma desequilibrada nisso. É muita desproporção entre cargos e responsabilidades para finais de meses diferentes, diz, se referindo aos salários.

"São muitos valores correndo por trás enquanto você está preso em um lugar". (Foto: Marcos Ermínio)
"São muitos valores correndo por trás enquanto você está preso em um lugar". (Foto: Marcos Ermínio)

A percepção, afirma, veio das experiências que já adquiriu na prática, como caixa, atendente, garçom, especialista em banho e tosa, e em cursos, de técnico de manutenção de aeronaves e vigilante de transporte de valores. No currículo, ele também tem o curso incompleto de jornalismo, graduação que abandonou no 6º semestre.

Mas, mesmo quando estava empregado, o senso de liberdade sempre falou mais alto. Talvez essa “barra pesada” que esteja enfrentando seja o caminho para uma libertação e para assumir, de vez, o próprio negócio. Quem sabe agora, ele espera, dê para unir a paixão pelo skate e pela bicicleta com o emprego dos sonhos.

O rapaz acha perfeitamente viável assumir a função usando apenas esses dois meios de locomoção. Argumenta, entre outras coisas, que está colaborando com o trânsito cada vez mais caótico.

Mas nem todo mundo leva isso em consideração. Quem pede uma pizza, por exemplo, quer receber a encomenda o mais rápido possível. Será que dá tempo? Funciona? Ele garante que sim, mas revela que nunca saiu para fazer um teste, em cima do skate, como entregador.

Rapaz nunca quis ficar preso em escritório. O senso de liberdade sempre falou mais alto. (Foto: Marcos Ermínio)
Rapaz nunca quis ficar preso em escritório. O senso de liberdade sempre falou mais alto. (Foto: Marcos Ermínio)

De onde vem, então, a segurança para dizer que o projeto é aplicável e viável? De “testes” feitos durantes “andanças” pela cidade. Em um dos passeios que fez, o percurso de 6 ou 7 quilômetros, do centro à casa onde mora, no bairro Santo Antônio, foi percorrido em 30 minutos, conta.

Se alguém o contratar, esse será, portanto, o tempo estimado de entrega em cima do skate ou da bicicleta. Guilherme quer, a princípio, trabalhar no centro e em bairros próximos, e percorrer no máximo 10 quilômetros em cada deslocamento.

O rapaz está disponível para entrevistas e negociações. O contato pode ser feito pelo celular (67) 92837276 ou pelo e-mail firmz@hotmail.com

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