Em campanha de adoção, crianças e adolescentes mostram serem reais
De Stephani até Saimo, todos falam de seus sonhos em Campanha do Tribunal de Justiça de MS
“Meu sonho é ter uma família que me ame e cuide de mim”, Stephani, de 15 anos. “Sou um menino alegre e sonho com uma família para amar e cuidar de mim”, Saimo, 12 anos. Mostrando que são reais e que o amor é seu principal desejo, crianças e adolescentes estampam campanha de adoção do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) em busca de famílias.
Integrando a lista de 77 crianças e adolescentes do Estado que estão aguardando por um novo lar, Stephani completa que quer “viver uma vida digna” ao lado de pessoas que queiram seu bem. De Dourados, Saimo também sonha em terminar os estudos e entrar para o quartel.
Luciano, de 13 anos, é um adolescente com deficiência e pediu para colocar em sua descrição que é como o mar. Assim como os outros, ele sonha com o amor.
Coordenadora de Apoio às Articulações Interinstitucionais da Coordenadoria de Infância e Juventude do TJMS, Doemia Ignes Ceni conta que as crianças e adolescentes falam por si para mostrar que todas são reais e precisam do mesmo que qualquer pessoa: amor, carinho e uma família.
Espalhadas pelas comarcas de Mato Grosso do Sul, cada foto e frases foram selecionadas e enviadas para que as famílias sejam encontradas. De acordo com Doemia, a campanha ainda leva em conta outro critério: crianças e adolescentes com mais dificuldades em se tornarem filhos por adoção.
“Geralmente, quando os pretendentes entram no curso para se tornarem aptos ao processo de adoção percebemos que há um perfil que os pais e mães têm em mente. Ainda hoje são crianças de no máximo quatro ou cinco anos e há uma preferência grande por meninas”, diz Doemia.
Por isso, a maioria das crianças e adolescentes que integram a lista de “disponíveis” para a adoção estão fora deste perfil. Segundo Doemia, os futuros filhos que também não se encaixam no padrão são os grupos de irmãos, crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência, pretos e pardos.
Com a campanha em conjunto às outras ações, como o curso, o objetivo é reverter esse cenários através da conscientização.
“Todas as crianças que estão em instituições de acolhimento são como qualquer outra, precisam de amor, de uma família, de um lar, do sentimento de pertencimento. Com o curso vemos que ao fim o perfil de escolha dos pretendentes muda e isso é muito importante, eles entendem que talvez a idealização desse filho não seja o melhor”, diz Doemia.
Por mostrar a existência das crianças e adolescentes a partir delas mesmas, a campanha tem ganhado força devido às redes sociais. De acordo com a coordenadora, famílias de outros estados também podem se direcionar como pretendentes.
“As pessoas compartilham e nós temos visto que tem dado certo. Por isso, nossa ideia é transformar essas campanhas em algo permanente”, completa.
Para mais informações sobre as crianças e adolescentes, é necessário entrar em contato com o fórum de cada cidade indicada nas postagens do TJMS. Em Campo Grande, o contato é (67) 99107-5844. Em geral, também é possível acessar o site www.tjms.jus.br/.
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