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Comportamento

Em favela incendiada, esperança conseguiu sobreviver às chamas

Tragédia destruiu quase todos os barracos na comunidade do Mandela, mas não acabou com a fé dos moradores

Por Natália Olliver | 01/01/2024 07:13
Fabiana Cézar ainda está na comunidade, na parte que não foi atingida pelo fogo (Foto: Natália Olliver)
Fabiana Cézar ainda está na comunidade, na parte que não foi atingida pelo fogo (Foto: Natália Olliver)

“Onde há vida, há esperança”. Essa é uma das frases de Sandra Maria Pereira dos Reis, 65 anos, moradora da favela do Mandela. A freelancer, assim como outros residentes que ficaram na ocupação após o incêndio que destruiu 80% dos barracos em novembro de 2023, prefere se apegar ao que virá para conseguir seguir em frente.

A palavra foi uma certeza na boca de quem afirma que sim, apesar de tudo, ainda há esperança de dias melhores para a comunidade. Na casa humilde com telhas metálicas, Sandra recebe o Lado B com alegria.

Ela relembra os momentos de tensão sentidos há alguns meses durante a tragédia e comenta que não deseja as cenas vistas para ninguém. Apesar do trauma, ela nunca deixou de acreditar e ter esperança.

“Enquanto há vida a esperança é o que eu tenho bastante pra sair daqui, ter uma vida melhor. Ninguém merece ficar em um lugar desse. O que queremos é sair daqui e ir para um lugar melhor e ter esperança de que vai continuar para onde formos. Espero coisas boas nessa nova fase da comunidade. O que passamos que ninguém merece, é muito difícil”.

Sandra Maria Pereira, moradora da favela do Mandela (Foto: Natália Olliver)
Sandra Maria Pereira, moradora da favela do Mandela (Foto: Natália Olliver)

Assim como ela, Lidiane dos Santos, de 32 anos, que comemora a mudança prevista para o condomínio Mandela I II e III, nos próximos anos. O conjunto habitacional é esperado há 8 anos pelos moradores, mas só saiu da promessa após o incêndio de 2023.

“Existe muita esperança, ainda mais que saiu o nosso terreno. Apesar de ainda não estarmos lá, é a realização de um sonho de anos. Mas graças a Deus saiu, só estamos esperando a situação ser concluída para mudar. Todos ficaram com medo na hora porque perderam praticamente tudo. Foi uma cena triste na qual estamos lutando. Espero que seja um ano de vida na vida de todos”.

A líder de comunidade, Greiciele Naira Argilar Ferreira, pontua que das 188 barracas que existiam no local, 61 foram atingidas pelo fogo, quatro ficaram comprometidas e 58 totalmente destruídas. Para ela a nova fase é sinônimo de transformação na vida dos moradores.

Greiciele Naira Argilar, líder da favela do Mandela (Foto: Natália Olliver)
Greiciele Naira Argilar, líder da favela do Mandela (Foto: Natália Olliver)

“Há esperança, apesar dos pesares que aconteceram, tem males que vêm para o bem. Então tem muita fé e determinação. A gente jamais vai desistir. Ninguém está preparado para perder, mas também temos força para conseguir”. De 2023, o que fica para Greiciele é determinação, foco e fé.

Gislaine Sandra Benevides, de 40 anos, foi uma das que perdeu tudo no incêndio. Ela comenta que ficou apenas com a roupa do corpo. Embora o cenário seja desolador, a autônoma se mantém positiva para este ano. “Graças a deus tenho muita esperança, está dando tudo certo. Já deu certo, estou bem positiva. Todas estão esperançosas e com pensamento bons”.

Gislaine Sandra perdeu tudo no incêndio de novembro de 2023n(Foto: Natália Olliver)
Gislaine Sandra perdeu tudo no incêndio de novembro de 2023n(Foto: Natália Olliver)

Fabiana Cézar, de 39 anos, mora nos fundos da comunidade, parte onde o fogo não atingiu os barracos. Ela também comenta sobre a esperança de um 2024 melhor e se diz tranquila com o que foi prometido aos moradores.

"Estamos em paz porque já sabemos o local, o terreno que vamos morar. Estamos tranquilos. Existe esperança, muita. Agora ficou meio que estranho, porque você já sai e vê o que ficou, dá uma coisa ruim, mas nunca podemos a esperança, ela se fica sempre a mesma".

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