Em plena Capital, continua o costume do interior de fechar o comércio no almoço
Em clima de cidade de interior, quem usa o horário do almoço para resolver problemas da casa ou comprar alguma coisa, no bairro Tijuca, zona sul da Capital, se depara com portas fechadas nos comércios.
A partir das 11 horas, é difícil encontrar uma loja aberta na região, para o desespero dos moradores, que tem que esperar a volta do almoço dos comerciantes. No bairro, o cliente nem sempre tem a preferência, mas por ser distante do Centro, o jeito que a vizinhança encontra é esperar.
Quem quiser comprar uma água, por exemplo, só depois das 14 horas, horário em que a maioria dos comerciantes voltam a trabalhar. Maria Rita Santana, de 43 anos, só queria consertar a janela do quarto, mas teve que ligar no trabalho para avisar o atraso. "Como que o comerciante não quer atender? Parece até brincadeira", conta indignada.
A desculpa para alguns é o “descanso”. Proprietário de uma vidraçaria na rua Conde de Boa Vista, Barwin Tavares Rodrigues, de 23 anos, conta que a partir das 11 horas, o atendimento é encerrado e só retorna às 13 horas. “Nesse período os funcionários descansam e almoçam, mas se baterem na porta atendemos”, explica.
Perto dali, na eletrônica do Aparecido Domingo Freitas, 51 anos, nem se bater na porta, o cliente vai ser atendido no horário do almoço, que tem duração de três horas. Mesmo morando nos fundos da loja, ele explica que não é má vontade, e sim falta de tempo.
“É o único horário que tenho para ir ao Centro da cidade comprar as peças. Cliente até liga atrás de mim, mas não adianta e também tenho que almoçar, não é?”.
Segundo ele, a reclamação é comum entre a clientela, mas seo Aparecido deixa bem claro. “Clientes reclamam, mas eu se eu não fechar não consigo arrumar nada, então perco clientela de qualquer jeito”.