Em trailer, alunos do Juliano Varela agora vendem as próprias receitas
Projeto da cozinha inclusiva começou em 2015 e ganha extensão com o veículo que irá rodar a cidade
Pizza, pão de queijo, torrada, patê, panetone, bolo, esfiha e brownie são algumas das receitas preparadas pelas mãos talentosas dos alunos com Síndrome de Down da Associação Juliano Varela. Desde 2015, eles recebem aulas de culinária na cozinha inclusiva do projeto “O Cromossomo do Amor”. Agora, a iniciativa ganha uma novidade, com o lançamento do trailer itinerante que irá circular as ruas de Campo Grande e comercializar os pratos criados pelos alunos.
O evento de lançamento do trailer, realizado na manhã desta sexta-feira (19), no Museu da Imagem e do Som (MIS), contou com a participação dos integrantes do projeto, membros da instituição e autoridades como o prefeito Marquinhos Trad (PSD) e a subsecretária de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência, Telma Nantes de Matos.
Na ocasião, a Banda Down Rítmica Juliano Varela animou o público que também pôde experimentar o café da manhã especial preparado pelos participantes do projeto. Em frente ao MIS, o trailer foi posicionado e iniciou as primeiras vendas de pão caseiro, café, pingado e outros produtos.
Antes de chegarem ao ponto de vender, os alunos passaram por várias etapas de aprendizado e evolução. O responsável por conduzir as aulas é o chef Edu Rajala, 35 anos, que explica como começou a iniciativa. “Começamos a ensinar as técnicas de cozinha para os alunos e conseguimos montar nossa própria cozinha profissional há um ano. Dividimos os quarenta alunos em turmas para que eles fossem formados e encaminhados para o mercado de trabalho”, explica.
Ele destaca que o trailer é uma extensão da cozinha e mais uma possibilidade para que as pessoas conheçam o trabalho. “Hoje é um marco para nós, porque esse trailer vai estar rodando a cidade com a chef parceira Ana Paula Navarro. O cronograma, os convites e as agendas do café itinerante irão começar agora”, garante.
Alunos da cozinha inclusiva, Alberto Santos Machado, 39 anos, Amanda Caetano Santana, 31 anos, e Miguel Ramires, 34 anos, relataram ao Lado B sobre os pratos que gostam e foram unânimes ao afirmar que não acham difícil a arte de cozinhar.
Antes de começar as aulas, Amanda já sabia fazer algumas refeições, mas revela que só agora entende mais de culinária. “Minha mãe fazia ovo de páscoa, eu vendia na escola e foi por aí que comecei a fazer mais coisas. Com o curso, aprendi a fazer várias coisas gostosas e diferentes”, ressalta.
O Alberto listou algumas das receitas que aprendeu até o momento. “Eu faço pão de queijo, brownie, pizza, pão caseiro”, conta. Já o Miguel relembrou o primeiro prato que preparou no ano de 2015 e garante que sabe fazer comidas salgadas e doces.“Eu gosto de tudo, aprendi a fazer com o Edu o pão de forma. Na época que o projeto começou, a minha primeira aula foi de sushi. A minha vida é só cozinhar”, ressaltou.
A presidente da Associação Juliano Varela, Maria Lucia Nogueira Fernandes, enfatizou o propósito do Cromossomo do Amor. “O projeto despertou neles o desejo de se sentirem importantes, eles começaram a visualizar a produção do trabalho deles e isso fez toda diferença, porque trouxe felicidade e motivação. O trailer é para que eles façam o processo completo de produção e venda dos produtos”, conclui.
Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.