Empreendedorismo abriu a porta para viver sucesso nos negócios e na maternidade
Depois de anos, mulheres decidiram abrir o próprio negócio para garantir tempo com a família
Largar anos de profissão para abrir a própria empresa do zero pode parecer maluquice, mas foi a porta que muitas mulheres encontraram parar experimentar o sucesso na maternidade e nos negócios. Exemplo disso é Michelle Pinho Echeverria, de 40 anos, que, depois de 12 anos na Enfermagem, deu uma guinada e conseguiu tempo para curtir os filhos e construir o próprio negócio.
Apesar de trabalhar meio período, Michele sentia a necessidade de fazer algo para ampliar a renda, mas se via em um dilema, porque achava que, para isso, teria de ficar mais tempo trabalhando do que dentro de casa.
Foi quando ela começou a vender semijoias e sucesso veio, sem que ela esperasse. "Eu trabalhava e no outro período, comecei a planejar um novo vínculo, aí fui montando a empresa e foi tomando uma proporção bem grande. Comecei a vender no serviço, para minhas amigas e familiares. Nisso muita gente começou a pedir para vender e eu fui repassando as mercadorias, chegou a um ponto que eu não dava mais conta", relembra ela toda empolgada.
A empresária conta que nos 12 primeiros meses a vida dela ficou de cabeça para baixo com tamanha correria. Foi quando, "mesmo com o coração partido", ela decidiu deixar o jaleco, anos de experiência e especializações, para viver um sonho. "Passei por um luto e depois de um mês que eu havia me decidido veio a pandemia, fiquei trabalhando em home, foi um susto", brinca.
Em mais uma tentativa de se reinventar, ela migrou para os atendimentos on-line e construiu uma rede, que hoje já atende os municípios de Camapuã, Figueirão, Paraíso das Águas, Aquidauana, Anastácio, Coxim, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia, Maracaju e Dourados.
Criadora da Fehu Semijoias, Michele tem 4 funcionárias e hoje se sente realizada. "Posso trabalhar de qualquer lugar do mundo e ainda tenho tempo para me dedicar à família", diz.
Assim como ela, Evelin Cristina de 34 anos, não só decidiu deixar a carteira de trabalho na gaveta, como impulsiona mulheres a fazerem o mesmo.
Proprietária da linha 'Flor do Éden, Cacheadas de Sucesso', ela ministra cursos para levar mulheres de todo seguimento, a terem sua independência de tempo, espaço e aumento na renda.
"Empreender é maravilhoso, porque quando eu não quero sair de casa e ficar com a minha filha, que tem 12 anos, eu fico, dou mais atenção a ela. As vendas já estão automáticas, agora eu quero ensinar, porque foi muito bom pra mim e eu quero que as pessoas vivam isso. Dou motivação nas empresas, cuido de casa e vivo mais feliz porque amo esse trabalho", conta cheia de gratidão.
Para a presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Campo Grande, Inês Santiago, motivar mulheres a empreender vai muito além de uma condição financeira melhor, é empoderamento e autoestima, uma ferramenta que tem livrado muitas mulheres de abusos e de questões sérias, como o feminicídio.
"Tivemos um número muito grande de feminicídio nesses dois últimos anos e quando ela tem essa independência, ela tem mais poder e não se submete a práticas abusivas em relacionamentos", enfatiza.