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Comportamento

Enquanto povo sofre no Detran, Vany arrasa com moto de 375 kg

Corretora comprou moto usada por policiais estadunidenses para praticar motohabilidade

Por Aletheya Alves | 12/03/2024 06:30

Imagine transformar os testes para tirar a carteira de habilitação em um circuito bem mais complicado e usar uma motocicleta de 375 kg para executar os percursos. Enquanto muita gente sofre só de pensar nas etapas do Detran, a corretora de seguros Vany Cavalcante se apaixonou pelo esporte estadunidense que foca justamente em fazer manobras complicadas de pilotagem em tempos curtos.

“Foi muito tombo até conseguir fazer os percursos que faço hoje. Até por isso que não compartilho só as coisas bonitas mostro o ‘estragado’ também”, brinca Vany sobre os aprendizados que começaram em 2023. Apaixonada por motociclismo, ela queria fazer algo ainda mais diferente e foi assim que conheceu os treinamentos de motohabilidade.

Em geral, a prática é pouco conhecida no Brasil e ainda menos entre as mulheres, como a corretora explica. Por isso, além de se desafiar, ela narra que mostrar que essa área também pode ser ocupada pelo público feminino é uma de suas maiores vontades.

Outro detalhe é que a moto utilizada veio dos Estados Unidos, pois é um modelo usado pelos policiais. Um brasileiro comprou a Harley-Davidson Road King Police através de leilão e acabou chegando em Campo Grande. Vany ficou sabendo da oportunidade de compra graças a indicações de amigos.

De acordo com Vany, o esporte teve início na década de 1970 nos Estados Unidos a partir dos treinamentos policiais.

“São manobras com motocicletas pesadas para sair entre vários carros, fazer perseguição, enfim, funções que precisam de agilidade. Aqui no Brasil também a motohabilidade também é usada pelos policiais, mas de uma forma diferente. Depois de um tempo, esse treinamento e competições abriram para os civis”.

Por não ser tão comum, os instrutores brasileiros estão presentes em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Mas, por sorte, Vany conheceu a prática em Campo Grande.

“As manobras ajudam na pilotagem porque as motos são realmente muito pesadas, então você faz manobras mais tranquilas. No ano passado, um instrutor veio dar mentoria e eu me identifiquei”, diz Vany.

Na época, ela recebeu a indicação de uma instrutora e deu início ao treinamento, mas a profissional se mudou do Brasil. Conversando com outros praticantes, a corretora conheceu um brasileiro que mora nos Estados Unidos e tem uma escola de motohabilidade que oferece capacitação à distância.

“Tenho treino com o Glaycon Ferreira todo fim de semana e nos últimos sete meses venho desenvolvendo esse trabalho. Agora, em maio, vou passar 60 dias nos Estados Unidos para terminar o curso e poder ser uma instrutora habilidade”, relata.

Sobre a experiência, ela defende que a adrenalina em completar as sequências sem derrubar cones ou perder o equilíbrio é forte. E, para dar conta, é necessária muita disciplina em cada etapa.

E, completando o relato, Vany diz que a intenção é representar tanto Mato Grosso do Sul quanto o Brasil nas competições, além de incentivar e ensinar mulheres do país todo.

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