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Comportamento

Família faz bazar com “herança” que por anos Haroldo colecionou

Após morte do empresário responsável pelo Pantanartes, acervo reunido durante a vida será vendido

Aletheya Alves | 12/04/2023 06:20
Conjunto de cerâmicas indígenas integram o acervo do bazar. (Foto: Marcos Maluf)
Conjunto de cerâmicas indígenas integram o acervo do bazar. (Foto: Marcos Maluf)

Mais de cinco mil peças contam parte da história deixada pelo empresário Haroldo Maiolino, um apaixonado pela arte regional. Responsável pela criação do tradicional restaurante Pantanartes, Haroldo criou um acervo rico em variedade e que, agora, será disponibilizado para contar as narrativas em outros espaços no dia 15 deste mês.

Produzido pelas sobrinhas, o bazar de Haroldo será sediado no antigo restaurante. Por ser aberto ao público, a ideia é que os interessados garimpem suas peças favoritas, que terão preços iniciais de R$ 5.

Após sofrer um infarto fulminante aos 65 anos e ser encontrado no dia 31 de março, a família se viu precisando honrar as memórias do empresário. Conhecido por trabalhar com empreendedorismo, Haroldo começou a reunir o acervo que será vendido após criar o tradicional restaurante Pantanartes.

Em 2015, o local estava em pleno funcionamento na casa em que foi criado pelos pais e, por ser apaixonado pela arte regional, desenvolveu um restaurante repleto de decoração. Ali, os clientes eram alimentados tanto com comida quanto com a vasta cultura.

“Meu tio reuniu muita coisa durante a vida, ele adorava viajar e comprou objetos de todos os cantos. Desde artesanatos que a gente encontra em Bonito até carrancas, tem um pouco de tudo”, resume a sobrinha, Ana Beatriz Maiolino Volpe.

Uma das responsáveis por organizar o acervo, a empresária comenta que as peças acompanharam o desenvolver das narrativas do tio. Isso porque entre os itens há objetos que compunham o restaurante Pantanartes, uma loja de artesanato que veio depois e viagens pessoais que Haroldo fazia.

Espaço do antigo Pantanartes será aberto para o evento no sábado. (Foto: Marcos Maluf)
Espaço do antigo Pantanartes será aberto para o evento no sábado. (Foto: Marcos Maluf)
Artesanato feito em ossos vão custar R$ 10 durante o bazar. (Foto: Marcos Maluf)
Artesanato feito em ossos vão custar R$ 10 durante o bazar. (Foto: Marcos Maluf)
Haroldo é definido pelas sobrinhas como uma pessoa que vivia cheia de esperança. (Foto: Arquivo pessoal)
Haroldo é definido pelas sobrinhas como uma pessoa que vivia cheia de esperança. (Foto: Arquivo pessoal)

Apesar de todos saberem sobre o amor que o empresário tinha por artesanatos diversos, Ana comenta que foi uma surpresa encontrar tantos itens. “Tudo isso estava em caixas, tudo bem guardado. Então, quando viemos para cá e abrimos, a gente nem acreditava na quantidade de coisas”.

De acordo com a sobrinha, Haroldo foi encontrado no dia 31 de março e, após as despedidas, aproximadamente no dia 17 a família passou a se organizar. “Nós somos em três irmãs, eu, Nete e Ana Paula. Resolvemos fazer um mutirão e ir separando as coisas porque é uma loja mesmo que estava guardada”, comenta.

Narrando sobre a personalidade do tio e como cada peça combina com a alegria deixada por ele, Nete brinca que Haroldo sempre foi animado e divertido. “Ele era uma pessoa da noite, sempre trabalhou nesse ramo e absolutamente ninguém conseguia ficar sem dar risada do lado dele. Essas peças todas fazem parte da história porque além de engraçado, ele era um sonhador”.

A sobrinha detalha que o lado cheio de esperança de Haroldo é que construiu o antigo Pantanartes, por exemplo. “Ele tinha morado em outras cidades, visto essa relação com o artesanato que ele já gostava. E resolveu trazer para Campo Grande, então era um sucesso”.

Ana Beatriz comenta que a família se reuniu há pouco mais de uma semana. (Foto: Marcos Maluf)
Ana Beatriz comenta que a família se reuniu há pouco mais de uma semana. (Foto: Marcos Maluf)
Pulseiras feitas em madeira estavam guardadas com outros acessórios. (Foto: Marcos Maluf)
Pulseiras feitas em madeira estavam guardadas com outros acessórios. (Foto: Marcos Maluf)

No auge do restaurante, Nete explica que a união dos variados tipos de cultura pantaneira encantavam tanto o tio quanto os clientes. “Foi um sonho, ele reuniu o que tinha para construir esse espaço. Funcionava um bar também por um tempo e as noites da seresta reuniam tanta gente, você precisava ver”.

Hoje, o que está no bazar, remonta a esses cenários deixados por Haroldo, como as sobrinhas pontuam. E, além de terem funcionado como decoração, foram aumentando em quantidade para a loja que ainda existiria após o restaurante.

Por último, depois de já desativar o Pantanartes na casa da família, o empresário ainda continuou tentando criar novos projetos. “Ele tinha comprado maquinários para fazer capinhas de celular de todos os tipos e estava dando muito certo. Meu tio não parava, a vida dele era isso”.

Nete brinca que o tio sempre foi a alegria dos lugares, sempre animado. (Foto: Marcos Maluf)
Nete brinca que o tio sempre foi a alegria dos lugares, sempre animado. (Foto: Marcos Maluf)
Máscaras foram compradas por Haroldo há anos e servem como decoração. (Foto: Marcos Maluf)
Máscaras foram compradas por Haroldo há anos e servem como decoração. (Foto: Marcos Maluf)

Peças disponíveis

Entre os mais de cinco mil itens, Ana detalha que há um pouco de tudo no acervo do bazar. Desde pequenos artesanatos típicos de Mato Grosso do Sul como aves por R$ 5 até carrancas, máscaras decorativas por R$ 40, a variedade é grande.

Para dar um panorama geral, a sobrinha destaca decorações feitas com copo chifre para tereré, ovos pintados com aves da região por R$ 40, fruteiras em formato de espinha de peixe por R$ 350 e até frutas decorativas por R$ 15.

Quem gosta de artesanato indígena também irá conferir algumas peças, como um conjunto de potes de cerâmica por 90. Há pedras esculpidas e enfeitadas com outras pedras por R$ 50, abajures rústicos por R$ 200 e até itens feitos em osso por R$ 10.

Já entre os mais diferentes, Ana aponta peças decorativas feitas com cascos de tartaruga por R$ 150 e gamelas produzidas em madeira bruta por R$ 500.

Onde comprar - Como detalhado pelas sobrinhas, o bazar irá funcionar no sábado (15), no antigo Partanartes. O espaço fica localizado na Rua Eduardo Santos Pereira, número 1231.

Iniciando às 9h, o evento deve seguir até 17h dependendo das vendas. E, caso ainda restem produtos ao fim do dia, as organizadoras irão definir mais uma data para o bazar. Todas as dúvidas devem ser consultadas no local, durante o evento.

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