Fofura do Instagram, Nicolly conquistou 35,4 mil seguidores com beleza diferente
Aos 2 anos e 8 meses, Nicolly já coleciona 4 títulos em concursos de beleza, entre eles o "Miss Brasil Baby Universe Fashion 2018".
Nem um pouco convencional e cheia de personalidade, a pequena Nicolly Martins Moreli, de 2 anos e 8 meses, coleciona 35,4 mil seguidores no Instagram com looks quase de gente grande e poses inspiradas no mundo fashion. Clicadas pela mãe, Marina Martins Pinto Moreli, de 39 anos, em cada foto, a delicadeza da menina ensina um pouquinho sobre como ser diferente é inspirador.
Como sugere o nome de usuário da conta no aplicativo, @nickmissbaby.t21, a modelo tem síndrome de down, ou Trissomia do cromossomo 21 (t21). Nicolly é desinibida ao posar para a lente do celular da mãe, mas por trás é uma criança como qualquer outra.
Quando a equipe do Lado B chegou a casa em que ela vive com os pais, fomos recebidos por olhares desconfiados, lançados da proteção dos braços do pai, com um jeitinho tímido e inocente que só criança tem. Mas bastou a presença da mãe e dos brinquedos favoritos, uma boneca bêbe e toda a aparelhagem de uma cozinheira profissional feita em plástico, para que as risadas ganhassem a cena, com direito até a beijinho e tchau de miss para a câmera do fotógrafo.
Pega de surpresa, Marina conta que não ficou sabendo das características genéticas de Nicolly durante a gravidez, que apesar do sobrepeso e da restrição alimentar, foi tranquila, e todos os exames feitos ao longo dos 9 meses, nunca indicaram nada.
“Depois que ela nasceu, precisou passar 22 dias internada, por conta da hipoglicemia. Aí me falaram que ela era cardiopata, o que depois foi refutado. Depois, que tinha problema no pulmão e depois eu fiquei sabendo que ela pegou uma infecção hospitalar. Teve até que fazer transfusão de sangue, e pela transfusão, esperamos para fazer o cariótipo, exame que comprovaria a síndrome de down ou não. Enquanto isso, vários profissionais avaliavam e diziam que ela não tinha características de down, que respondia a estímulos que quem tem a síndrome não responde, foram 4 meses de muita angústia”, relembra.
A preocupação com a relação que Nicolly teria com o mundo fez com que Marina e o marido, Eduardo Moreli Júnior, de 39 anos, procurassem mais informações, que hoje ela tenta repassar para o máximo de pessoas possíveis pela conta da pequena no Instagram. “A ideia é mostrar que os nossos filhos podem participar de toda e qualquer competição por igual, que a beleza deles também pode ser reconhecida no meio da moda, porque o ser diferente é normal. A Nicolly, através da beleza dela fez com que eu percebesse e tentasse mostrar que a inclusão social pode ser trabalhada no meio da moda”, explica Marina.
O começo de tudo foi a própria conta nas redes sociais, onde Marina colocava fotos durante a gravidez, para que a família e os amigos acompanharem. Depois do nascimento de Nicolly, as postagem acabaram diminuindo por um tempo, quando o foco da família era a saúde do bebê.
O primeiro ensaio fotográfico, foi o famoso “newborn”, onde a fofura de Nicolly conquistou de vez o coração da mãe coruja, que resolveu voltar a compartilhar conteúdo.
“Foi aí que comecei a sempre emperequetar e fazer novas fotos com uma carinha melhor que a outra, cheia de lacinhos e roupas fofas, foi aí que comecei a trabalhar com o instagram, que todo mundo começou a falar para eu procurar uma agência de modelos, por causa da beleza única dela, percebi que não era apenas o meu olhar de mãe. Ela é uma criança maravilhosa e agradeço a deus todos os dias por ter colocado ela nas nossas vidas”, diz.
Além de modelo, Nicolly já coleciona 4 faixas de concursos de beleza: A primeira delas é título de “Embaixadora Beleza Down MS”, a segunda é do “Miss Campo Grande”, em que ela levou a coroação de “Miss Baby Popularidade”, eleita por um link seguro de votação online em que obteve 9 mil votos.
A terceira é a de “Miss Beleza Fashion” aqui de Mato Grosso do Sul e a quarta merece até lugar de destaque na coleção, com a faixa de “Miss Brasil Baby Universe Fashion 2018”, entregue em outubro do ano passado.
Mesmo com a “agenda profissional” cheia, entre desfiles de roupa infantil com lojas parceiras, ensaios fotográficos e a preparação para concursos, Marina afirma que a prioridade é que a filha continue sendo criança, por isso o quarto cheio de bonecas, casinhas e brinquedos próprios para a idade, “Muitos pais focam colocar a criança com down na terapia, fazer terapia, fazer estimulação, mas acho que o dia-a-dia, o brincar também é uma estimulação importante. Eu não superproteger e deixo ela mostrar pra gente do que ela é capaz”, conta.
Nicolly gosta de atividades com obstáculos, inclusive frequenta uma academia especializada no desenvolvimento infantil duas vezes por semana, lá ela trabalha parte sistema motor e o equilíbrio. Com orgulho a mãe conta que a cada dia, ela busca novos desafios e aprende coisas novas. As atividades didáticas ficam por conta da escolinha, que ela frequenta 3 vezes por semana, onde as atividades são voltadas para a musicalização, teatro e tecnologia, tudo para preparar Nicolly para a escola pedagógica, onde os pais pretendem colocá-la aos 5 anos para a alfabetização.
“Nenhum lugar que a Nicolly frequenta é para crianças especiais, são todos lugares inclusivos, todas as atividades dela são trabalhadas com crianças típicas. É de suma importância por conta da aceitação, eles precisam entender que as diferenças estão em todos os lugares e devem ser respeitadas, não só as crianças, qualquer pessoa. A gente iniciar a inclusão social desde cedo é muito importante com a aceitação. Existe um momento certo para ela ver e começar a entender que ela é diferente, entender essa diferença, porque não vou falar que lá na frente em nenhum momento ela pode sofrer algum preconceito, porque ela tem que lidar saber lidar com isso”.
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