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Comportamento

Ganhar cadeira de infância do pai fez Eduardo se emocionar e abraçar

Móvel acompanhou Carlos desde seus 7 anos até a graduação e, agora, foi repassada para o filho

Por Aletheya Alves | 10/02/2024 08:28
Reação de Eduardo após ouvir a explicação do pai sobre a importância da cadeira. (Foto: Arquivo pessoal)
Reação de Eduardo após ouvir a explicação do pai sobre a importância da cadeira. (Foto: Arquivo pessoal)

Quando tinha sete anos, Carlos Eduardo Moreira Ayres de Souza ganhou uma cadeira da mãe para que ele estudasse. O móvel seguiu com ele até seus 22 anos, quando terminou a graduação e, duas décadas depois, a cadeira foi repassada ao seu filho. Emocionado com o presente, o menino ficou tão feliz que a primeira reação foi abraçar a nova herança.

Assim como Carlos, Eduardo também ganhou o presente aos sete anos para estudar. E, para repassar a cadeira, o pai conta que houve toda uma conversa antes.

“Essa parte foi importante. Eu expliquei para ele o que a cadeira significava para mim, quem havia me dado, onde ela esteve comigo, o tempo pelo qual ela ficou comigo e a expectativa que eu tinha em entregar para ele”, relata o pai.

Na conversa, Carlos explicou que esperava que o filho guardasse bem a cadeira assim como ele havia feito e que ela pudesse dar a mesma sorte. “Ao final, falei que a partir daquele momento a cadeira não pertencia mais a mim, e sim a ele. Depois de ouvir tudo, ele espontaneamente deu um abraço na cadeira, me agradeceu e disse que cuidaria dela para sempre”.

Também emocionado com a reação do filho, o pai garantiu a fotografia e resolveu compartilhar em suas redes sociais. “Espero que a cadeira forneça o suporte que ele vai precisar para estudar. Não só o suporte físico, mas também emocional. Torço para que a cadeira sempre o motive a querer estudar”.

Voltando para o início da história, Carlos explica que a cadeira foi comprada por sua mãe, especificamente para ele em meados de 1986. “A cadeira era única, não havia outras dela em casa. Foi comprada para servir de cadeira de estudos para mim. Certa vez, ela quebrou e minha mãe mandou consertar”, relata.

No início, o móvel ficava em seu quarto e, quando se mudou para estudar fora, a cadeira foi junto.

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Particularmente, sou muito conectado a objetos meus. Por exemplo, tenho uma caixa de objetos aleatórios que só são importantes para mim. Nela, guardo pilhas antigas, tampinhas de garrafas antigas, chaveiros. Eles são importantes apenas para mim. Também tenho outros objetos que não tem valor monetário, mas são de grande valor para mim como a máquina fotográfica do meu avô, meu malão, brinquedos de infância, minhas moedas e cédulas de outros países, detalha o pai.

Ainda sobre a cadeira, ela retornou para a casa da mãe de Carlos e ficou guardada durante todo esse tempo. “Minha mãe é uma pessoa extremamente caprichosa e cuidadosa. Ela guardava a cadeira, meus livros, o convite do meu primeiro aniversário, de 1980, minha primeira fantasia e Carnaval. Tudo isso foi dado ou feito por ela”.

Carlos conta que a mãe sempre disse que ao ver a cadeira, lembrava dele estudando ali. “Ela tem muito orgulho disso, pois foi ela que me ensinou a estudar e me orientou nos meus primeiros anos de estudos”.

E, apesar de ter três filhos, Carlos escolheu Eduardo para repassar o móvel justamente pelo gosto com os estudos.

“Como sempre gostei de estudar e como a cadeira foi usada para eu estudar por muito tempo, no momento em que minha mãe me devolveu a cadeira, pensei em dar para o filho que mais gosta de estudar. Dos meus três filhos, o que mais gosta de estudar é o meu menino, o Eduardo. Então, decidi dar a ele para que a cadeira sirva de apoio para os estudos dele, da mesma forma que serviu para mim”, diz.

Outro objeto com memória afetiva que também foi presenteado a Eduardo foi um livro de Cálculo Diferencial e Integral, usado em 1997 e 1998 na graduação. O material permaneceu guardado na casa dos pais e, assim que Eduardo ganhou o presente por amar matemática, pediu para que o pai ensinasse sobre Cálculo.

"Eu dei muita risada e disse que ele ainda não tinha idade para aprender Cálculo. Ele não aceitou e insistiu. Então, resolvi ensinar para ele algo que é básico no Cálculo Diferencial e Integral: plano cartesiano. Peguei folhas de sulfite e passamos algumas horas falando sobre planos cartesianos. Apesar da pouca idade, ele aprendeu direitinho", completa.

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