Grupo é atacado ao erguer cartaz a favor da comunidade LGBTQIA+ em via-sacra
Ato aconteceu na sexta-feira, durante encenação da morte de Cristo, e foi alvo de críticas nas redes sociais
Grupo de Jovens da Paróquia São Martinho de Lima, no Jardim das Mansões, em Campo Grande, foi alvo de ataques em publicação nas redes sociais após expor dados sobre violência contra a comunidade LGBTQIA+, ao longo da via-sacra realizada pela igreja na última sexta-feira (7). Durante a encenação da morte de Cristo, uma jovem ergueu um cartaz escrito: “256 pessoas LGBTQIA+ foram assassinadas ou cometeram suicídio a cada 34 horas no ano de 2022 no Brasil”.
De acordo com nota de repúdio emitida pela paróquia, por meio do Grupo de Jovens Juel, a cena foi retirada de contexto por alguns fiéis, que publicaram imagens da procissão nas redes sociais indignados com o grupo de jovens. Publicação ainda exige que o arcebispo Dom Dimas tome providências e se manifeste acerca do ocorrido. Nos comentários, diversos fiéis expressaram estarem “indignados” com a paróquia.
A entidade esclarece que o objetivo da via-sacra era gerar uma reflexão acerca das dores de Jesus na cruz e chamar atenção para as dores sofridas pela humanidade. Dessa forma, o objetivo do grupo era dar visibilidade à comunidade vítima de violência.
“O objetivo da cena foi voltar nossos olhares ao preconceito contra esses irmãos, o que muitas vezes os levam à morte ou ainda como um ‘levante de bandeiras', o que absolutamente não aconteceu”, esclarece a nota emitida pela Paróquia.
Em publicação que circula nas redes sociais, fiéis discordam da atitude da igreja, alegando que o momento era de reflexão sobre o sacrifício de Jesus, portanto, não era local para expor a problemática.
“A Paróquia São Martinho de Lima fez uma apresentação da via sacra onde os jovens militantes aproveitaram este momento pra militar a favor do movimento LGBTQIA+ e o mais estarrecedor é que o padre estava junto concordando com tudo aquilo”, diz trecho de publicação.
A reportagem procurou o Padre Laércio Rodrigues, que acompanhou a procissão, mas ele não pôde falar com a imprensa no momento. O espaço segue aberto para ouvir o representante da paróquia.