Grupos ajeitam a viagem para qualquer canto pedindo carona no Facebook
O festival de Bonito já começou, mas para quem quer ir e não tem como chegar até lá ainda há uma chance. Sem precisar mostrar o dedão na beira da estrada, grupos dão a ajuda no Facebook. São 2 turmas com praticamente o mesmo nome, uma no singular e aberto, o Carona MS e a outra fechada e no plural, o Caronas MS.
O primeiro tem mais de mil seguidores e o segundo com 9.3 mil. Isso, além de outros tantos criados nos municípios, uma moda que há tempos se espalha por aí e já virou estilo de vida. Quem experimentou, recomenda.
Nas páginas, há ofertas de inúmeras caronas ao custo de, no máximo, uma ajuda no combustível. Mas a oportunidade não vale só para quem tem como destino a cidade de Bonito, o interesse é variado, para diferentes regiões do Brasil.
O advogado Wagner Gimenez, 36 anos e o técnico de informática Leandro Trelha, de 25 anos, se conheceram há três meses pelo grupo. O destino é o mesmo hoje: Bonito. Eles estenderam a carona à amizade e o técnico até virou cliente de Wagner.
Acostumado em dar carona, Wagner conta que viajar com desconhecidos pode parecer maluquice, mas para ele é uma forma de criar novos amigos. “Falam que eu sou louco, mas não vejo problema em ajudar as outras pessoas, é apenas uma carona”.
Já há um mês, os dois estão planejando a viagem para o Festival de Inverno e logo trataram de anunciar três vagas para a carona até a cidade, todas já preenchidas. Cada um vai pagar R$ 30,00 para percorrer os 258 quilômetros que levam até Bonito.
Para economizar, o jornalista João Humberto, de 32 anos, anunciou no grupo as três vagas que restavam em seu carro para ir ao festival, e todas foram preenchidas no mesmo dia em que anunciou. “Já utilizei o serviço, sempre as pessoas foram bacanas, estão com o espírito aventureiro e talvez nunca tive o desprazer de viajar com alguém “mala”“.
Umas das caronas do jornalista é a estudante Mikaela Teodoro, de 21 anos, que conta não ter receio em viajar com quem não conhece.
A “Carona Amiga” já se tornou rotina, já que os pais moram no interior do Estado e frequentemente ela viaja até lá para visitá-los. “Sempre pego carona, meus pais moram em Dourados e quando quero ir visita-los já entro em contato no grupo e me acerto”.
O problema, avisa ela, é o silêncio constrangedor entre pessoas que não se conhecem, mas a dica é a música, que sempre entra para quebrar o gelo. “O único problema é se o gosto musical não for o mesmo”.
Para quem não tem intenção de viajar para o festival, o grupo também anuncia caronas para todo os cantos, principalmente, para as cidades de Dourados, Três Lagoas e Corumbá. Mas há vagas também para quem quer ir para São Paulo, por exemplo.
A viagem que custaria R$180,00 agora vai sair por R$80,00 para o universitário Elton José Wassouf, de 23 anos, que conseguiu vir para Campo Grande, saindo de Corumbá para fazer um concurso. “Já dei carona para ir a Corumbá. Dá certa tensão, mas damos preferência a quem é conhecido. Estamos na fronteira e dá certo. A ideia é economizar”.