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Comportamento

Há 2 anos, Veinho escolheu mercado como lar e dispensa ração por carne moída

Vira-lata virou mascote do estabelecimento e ganha até mimos de clientes

Danielle Valentim | 26/12/2019 08:35
Veinho e sua protetora em frente ao Mercado Silva. (Foto: Kísie Ainoã)
Veinho e sua protetora em frente ao Mercado Silva. (Foto: Kísie Ainoã)

Vacinado e frequentador de pet shop, Veinho é um vira-lata que não tem nada de bobo. O doguinho chegou ao Mercado Silva, no Estrela Dalva, há dois anos e nunca mais se foi. Com uns quilinhos a mais e uma carinha de sem-vergonha, o danado chegou a ser levado para a casa dos proprietários, mas o negócio é a fachada do estabelecimento. Virou o dono do pedaço!

“Protegido” pela bacharel em Direto Jessica da Silva Medeiros, de 28 anos, Veinho já virou mascote. Entre as regalias da adoção “forçada”, o primeiro pedido do dia é a separação da refeição do bonito.

“Correria de mercado não é para qualquer um. A gente sai tarde, às vezes esquece de algo, mas a carninha do Veinho é a primeira tarefa do dia. Aqui da porta eu já grito: separa a carne do Veinho. E tem que ser carne moída, porque muito grande ele não come”, conta Jéssica.

A casinha nem sempre foi assim. A anterior, de plástico, foi roubada na madrugada. (Foto: Kísie Ainoã)
A casinha nem sempre foi assim. A anterior, de plástico, foi roubada na madrugada. (Foto: Kísie Ainoã)
Como não sai de jeito nenhum da frente do mercado passa a tarde na busca por sombra. (Foto: Kísie Ainoã)
Como não sai de jeito nenhum da frente do mercado passa a tarde na busca por sombra. (Foto: Kísie Ainoã)

Veinho tem tratamento VIP e já foi medicado contra carrapato, raiva e cinomose. A casinha de papelão em frente ao mercado não é a primeira. “Ele já ganhou até casinha de plástico, mas o pessoal rouba. Um cliente já chegou a dar uma coleira para ela no sábado, mas furtaram no domingo”, conta Jéssica.

A liberdade de Veinho é algo que ninguém restringe. As tentativas de levá-lo para casa nunca deram certo, pois ele foge e no outro dia aparece no mercado. “Minha irmã mora perto do mercado. Ele conhece o carro, vai no portão cumprimenta e corre de novo”, conta.

Todos os clientes já se adaptaram a Veinho e o malandro ganha até presente. “A gente tem um cliente que toda sexta-feira vem comprar carne. Eles sempre compram um sachê de patê e dão para ele. Mas também já ganhou cobertor e casinha”, frisa.

A paixão de Jéssica por animais se estende há anos. (Foto: Kísie Ainoã)
A paixão de Jéssica por animais se estende há anos. (Foto: Kísie Ainoã)

A paixão de Jéssica por animais se estende há anos, a jovem fundou a ONG PetAção em Cuiabá (MT) e chegou a trazer duas cadelas para Campo Grande. “Os trabalhos continuaram lá e eu voltei para Campo Grande. Deus é tão bom com a gente, porque não retribuir um pouquinho, né?”, finaliza.

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O mascote em frente a loja protendo motocicleta que foi sorteada a clientes. (Foto: Kísie Ainoã)
O mascote em frente a loja protendo motocicleta que foi sorteada a clientes. (Foto: Kísie Ainoã)
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