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Comportamento

História de Delcira em escola de hospital garantiu lar e casamento

Entre as árvores da área que abriga o São Julião, Delcira conheceu Jorge, casou e viu os filhos estudarem ali

Por Aletheya Alves | 20/08/2024 06:22
Delcira e Jorge se conheceram no Hospital São Julião e estão casados até hoje. (Foto: Marcos Maluf)
Delcira e Jorge se conheceram no Hospital São Julião e estão casados até hoje. (Foto: Marcos Maluf)

Em 1975, quando os caminhos eram todos de terra na região do Hospital São Julião, Delcira Coimbra da Silva Damasceno começou a trabalhar em uma das salas do complexo que servia de escola. Desde então, não saiu mais do Nova Lima e, por ali, conheceu seu marido, conseguiu a casa própria e viu os filhos crescerem em meio às árvores do terreno.

Hoje, Delcira é uma das funcionárias mais antigas da instituição que foi criada destinada aos hansenianos. “Naquele tempo, o hospital tinha uma sala que era uma escola bem pequena. Eu vim para cá para trabalhar na escola, era um tempo em que o Estado não era nem dividido. E vim porque a Irmã Silvia (Vacellio, presidente de honra) me chamou”.

Relembrando como era o funcionamento, ela descreve que a escola atendia cerca de dez alunos e o responsável era Lino Villachá. Com poucas pessoas trabalhando, cada um fazia de tudo, incluindo Delcira.

Tempos depois, quando já estava praticamente se aposentando na estrutura permanente da escola, ela foi convidada a trabalhar no hospital com a Irmã Silvia.

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Eu trabalhava de manhã na escola e de tarde ela me convidou para trabalhar com ela. Eu aceitei e ela me deu uma casa lá na parte de cima, era uma casa em que os carros passavam por ‘dentro’ e fiquei morando lá, narra Delcira.

No hospital, o trabalho era na área da costura e, quando chegou o tempo da aposentadoria, Delcira decidiu seguir no São Julião. E, em sua história toda, conheceu Jorge Fernandes Damasceno, que também atuava por ali.

Segundo Delcira, o marido fazia trabalhos ortopédicos de sapatos e, ao todo, já são mais de 40 anos casados. “Casei aqui no hospital, meus netos estudaram aqui também e agora já estão fazendo faculdade. É uma vida aqui, o hospital para mim é uma vida de conquista”.

Explicando a afirmação, ela conta que foi através do trabalho por ali que conseguiu seu lar, sua família e a maior parte de suas conquistas.

“Estar aqui hoje é amor, doação e a gente também continua com o carinho que recebo das pessoas. Quando cheguei aqui, não tinha asfalto e a gente vinha a pé. Para se ter ideia, tinham dois carros, o da Irmã Silvia e uma Kombi que trazia algumas pessoas”.

No caminho, a antiga funcionária da escola começou a tomar conta da área de costura do hospital e encontrar formas de ajudar quem precisava de tratamento. Até hoje, ela segue com os tecidos.

Por um longo tempo, atuou como chefe do setor, mas como o trabalho precisou ser ampliado, a equipe aumentou e ela remanejou seus serviços.

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