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Comportamento

Inseparáveis na vida difícil das ruas, amigos ajudam Amâncio a achar Costelinha

Thailla Torres | 17/02/2018 08:19
Há dias a tristeza tomou conta pela ausência de Costelinha(Foto: Thailla Torres)
Há dias a tristeza tomou conta pela ausência de Costelinha(Foto: Thailla Torres)

Há três dia, Amâncio só chora com saudades de Costelinha, o vira-lata e amigo fiel que foi levado do morador de rua. Segundo o dono, o cão foi roubado na última quarta-feira (15), na Avenida Ceará, em fente a uma loja de colchões. De lá pra cá, a tristeza tomou conta.

Para piorar, na terça-feira de Carnaval, ele ainda foi atropelado por um motorista que não prestou socorro. Ajudado pelo dono e funcionários de um conveniência na Euclides da Cunha, Amâncio acabou na Santa Casa.

Esse é o Costelinha. Quem o encontrar ligue: 99211-9400.
Esse é o Costelinha. Quem o encontrar ligue: 99211-9400.

Costelinha é tratado como filho. Foi adotado pelo morador de rua há 1 ano e 2 meses depois de ser encontrado no lixo. "Eu estava catando latinha em um bairro distante quando escutei um choro numa caixa de sapato. Ele era do tamanho de uma latinha, coisa mais bonitinha, que eu adotei e quis cuidar".

Fiel, Costelinha passeava pela cidade ao lado de Amâncio todos os dias. Com o dinheiro que consegue nas ruas, o morador comprou coleira, roupinha e ração. "Ele tem tudo, é bem cuidado, por isso tenho certeza que alguém levou, porque ele não é um cachorro de rua maltratado".

A raiva é interrompida pelo choro, de quem pede o cãozinho de volta. "Eu não posso pensar nele que eu choro. Agora, atropelado, eu não consigo ficar andando porque sinto muitas dores. Mas queria ele aqui comigo", pede.

Amâncio dorme em um espaço de aproximadamente 3m² em um terreno da Avenida Ceará que pertence a conveniência. Tem roupa, colchonete, cobertores e comida. Ganhou confiança do estabelecimento há 2 meses enquanto passava pelas ruas.

Funcionário do estabelecimento, Bruno Guimarães Brasil, de 35 anos, que chama o morador de tio, afirma que ele se tornou querido na região. "É uma pessoa humilde e sempre está por perto. O dono deixou que ele ficasse no espaço que é coberto e tem porta para não ficar ao relento. E até o Costelinha conquistou todo mundo aqui".

Bruno fez um video que mostra a enforia do reencontro de Amâncio com Costelinha, quando ele saiu da Santa Casa após o acidente. Por isso, o desaparecimento também entristeceu os funcionários. "Estamos na torcida porque agora o tio só chora. Esse cachorro é o filho dele".

O Lado B conversou com o gerente da Loja de Colchões na Avenida Ceara, em que o morador de rua diz ter visto um caminhão indo embora com o cachorro. Mas ninguém sabe do paradeiro do cão.

"Estamos colaborando dentro do possível. Naquele dia quatro caminhões passaram pela loja, entramos em contato com todas as transportadoras relatando a situação, mas nenhum motorista diz ter pegado o cachorro. Infelizmente ainda não temos notícias", afirmou o gerente Diego Nascimento.

Amâncio diz que está na rua há 5 anos depois de brigar com a família. Ele garante não ser usuário de drogas, mas a bebida, foi um problema dentro de casa. "Tinha mulher mas brigava muito, eu também gostava de uns goles, então não dava certo. Preferi ir pra rua", resume.

Quem tiver notícias de Costelinha pode entrar em contato pelo telefone: 99211-9400.

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