Jair aprendeu a fazer horta com a mãe e ‘espalha’ verdura pela cidade
Técnico fundou cooperativa de agricultura urbana para ver o gosto seguir vivo
Quando tinha apenas seis anos de idade, Jair Galvão aprendeu a importância da terra para a família e, naquela época, começou a cuidar da horta ao lado da mãe. Hoje, o amor por cada verdura segue aumentando e, para “espalhar” o gosto pela cidade, ele chegou a fundar uma cooperativa dedicada a quem planta dentro de Campo Grande.
“Eu faço isso por amor mesmo que eu tenho pela terra, isso porque as hortas são o grande amor da minha vida”, diz o presidente da Coop Urb (Cooperativa de Agricultura Urbana) já no fim de entrevista. Antes disso, todo o carinho pela vida cultivada já tinha ficado claro com uma variedade de explicações e histórias.
Na época escolar, o então adolescente se formou como técnico agrícola e seguir no ramo acabou sendo uma escolha plantada na infância. Galvão cresceu entendendo a vida difícil de quem precisa viver da roça, não aquela irreal glamourizada por vezes, e sim aquela bastante difícil.
Puxando na memória, ele narra que a família vivia das plantações e lidar com o cotidiano era uma consequência, já que a opção era basicamente aquela.
A gente fazia nossa horta para consumo caseiro e começamos a vender. Foi ali que criei gosto porque também via o meu dinheirinho. Eu engraxava sapato e vendia verdura, depois fui para o colégio agrícola e lá que fiz o tecnólogo rural”, diz Galvão.
Com o passar da vida, Jair continuou no ramo tanto plantando para si mesmo quanto atuando em instituições que ajudavam e orientavam outros produtores. Ao todo, já são mais de 40 vivendo realmente na “lida”.
A profissão de tecnólogo fez com que ele conhecesse produtores de dimensões variadas, mas a atenção com os pequenos e “mini” cultivadores é que o mantém na ativa.
Bem longe da fama e destaque que o grande agronegócio recebe, são as pessoas que quase não têm espaço e equipamentos para plantar é que integram a cooperativa pensada por Jair. Hoje, ele é aposentado, mas optou por continuar espalhando hortas pela cidade e incentivando a manutenção com esses produtores.
São aquelas pessoas que estão no fim da linha, quem está em área alugada, de comodato que faz uma hortinha às vezes com poucos canteiros. Eles começam a produzir e ninguém se importa. Por vezes, são pessoas que vieram da roça e têm o conhecimento, mas outras vezes não”, explica Jair.
Por ter tanto conhecimento acumulado, o presidente da cooperativa faz o trabalho de orientar essas pessoas. Mas a parte mais difícil é a de comercialização, algo que ele também faz questão de pensar.
Lá atrás, quando aprendeu a plantar com a mãe, foi entendendo os formatos de venda, como compartilhar verduras e legumes. Então, hoje, o foco da cooperativa e de Jair é fazer com que esses produtores tenham saída.
“Falando a verdade, ninguém quer atender essas pessoas porque são carentes e até para ajudar a fazer a horta é preciso muito para melhorar. Por exemplo, a regação deles é manual e se a gente vai colocar uma regação modesta já são R$ 200, dinheiro que essas pessoas não têm”.
Sobre a cooperativa, ela aceita novos associados e também atende o público com cestas semanais que custam entre R$ 25 e R$ 45. Para conhecer mais sobre e verificar sobre a disponibilidade das verduras, o perfil no Instagram é @coopurb.
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