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Comportamento

Jeferson se inspira na própria história para ajudar crianças indígenas

Jeferson passou infância na Reserva Indígena de Dourados, onde nunca ganhou nenhum brinquedo, agora criou projeto para fazer isso

Lucas Mamédio | 19/02/2021 08:10
Jeferson em sua primeira entrega em 2016 (Foto: Arquivo Pessoal)
Jeferson em sua primeira entrega em 2016 (Foto: Arquivo Pessoal)

A história de vida do jovem estudante de direito, Jeferson Ribeiro Romero, douradense de 20 anos, foi sua própria inspiração para ele criar um projeto que ajuda crianças da Reserva Indígena de Dourados: o Compartilhando Alegria.

Jeferson contou com a ajuda da professora do ensino fundamental, Simone Godoy, testemunha de sua sofrida trajetória e uma das maiores incentivadoras do projeto.

Compartilhando Alegria nasceu em 2016 e é voltado para ajudar, de várias formas, as crianças da Reserva Indígena de Dourados. A iniciativa hoje conta com cerca de 20 pessoas e se estendeu a outros amigos de Jeferson.

Jeferson e sua professora, Simone (Foto: Arquivo PEssoal)
Jeferson e sua professora, Simone (Foto: Arquivo PEssoal)
Última ação em 2020 (Foto: Arquivo Pessoal)
Última ação em 2020 (Foto: Arquivo Pessoal)

“Eu morei na reserva até meus 16 anos. Fui pra lá criança porque meu pai é alcoólatra e passávamos muita dificuldade na cidade. Quando criança sempre saíamos às ruas em datas comemorativas  para pedir brinquedos e doces e muitas vezes não conseguíamos, por isso quando tive oportunidade, quis proporcionar a essas crianças o que não tive”.

Todo Natal, Páscoa e outras datadas Jeferson e seus colaboradores fazem campanhas para arrecadar brinquedos e levam até a reserva. Tudo é voltado para as crianças.

“É muito bom ver o brilho no olhar delas, ver como ficam felizes com os presentes”.

Hoje o o estudante mora na cidade e também trabalha como tosador de cães. Sente orgulho do tempo que morou na aldeia, mas lembra que foi uma época muito difícil. "Èramos muito pobres, e ainda tinha esse agravante do meu pai, infelizmente os indígenas são tratados assim, e quem sofre mais são as crianças".

Na pandemia, Jeferson também teve uma atuação essencial. Por conta da dificuldade em arrumar equipamentos de proteção, tipo máscaras e álcool em gel, durante três meses ele foi o responsável por essa arrecadação.

Foram mais de 150 briquedos (Foto: Arquivo Pessoal)
Foram mais de 150 briquedos (Foto: Arquivo Pessoal)

“Levamos muitas máscaras, vários outros produtos, falamos sobre a importância do distanciamento”.

No final do ano de 2020, a campanha de Natal foi uma das maiores desde o início do projeto com mais de 150 brinquedos. “Apesar de todas as dificuldades, mantemos nossa tradição, algo que me orgulha muito”.

A história de Jeferson com sua professora foi vital para o encorajá-lo a iniciar o projeto. "A professora Simone viu de perto minhas dificuldades e por isso sempre me incentivou. Sem ela acho que nem teria começado".

Agora o Compartilhando Aegria já se prepara para conseguir doces e brindes na Páscoa. Para ajudar o projeto de Jefersson, entre em contato no seu WhatsApp (67)  99340-1998.

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