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Comportamento

Juntos até Sidrolândia, amor por pedal une pai e filho de 4 anos

Além de aproveitar a companhia do pequeno, Adalton treina para conseguir ir ao Chile pedalando

Jéssica Fernandes | 23/03/2022 09:00
Adalton e o filho durante um dos passeios de bicicleta. (Foto: Arquivo Pessoal)
Adalton e o filho durante um dos passeios de bicicleta. (Foto: Arquivo Pessoal)

O turismólogo Adalton Garcia, 54 anos, é apaixonado por bicicleta desde a infância. Hoje, o profissional leva o filho de quatro anos para pedalar, curtir as paisagens no caminho e mostrar as coisas boas que o pedal proporciona.

A atividade compartilhada entre pai e filho começou há um ano e quatro meses. Além de companheiro, o pequeno Theo Bassetto também é um aliado de treino. Adalton está praticando para pedalar de Campo Grande ao Chile. Mas, antes de falar sobre esse projeto pessoal, é preciso retornar algumas décadas no tempo e contar o início da paixão dele pelo esporte.

Tudo começou quando o turismólogo tinha somente seis anos e usava a bicicleta para realizar entregas na cidade. “Eu comecei a pedalar em 1975, era jornaleiro da cidade, mas só uma vez por semana que fazia as entregas. Depois, comecei a entregar leite e inventar coisas para poder pedalar mais”, lembra.

Confira o vídeo na íntegra:

Após três anos, Adalton já dava conta de percorrer trajetos acima de 60 km indo da residência dos pais a outro imóvel familiar na zona rural. “O sítio ficava a 50 km de Três Lagoas. Aos nove anos, eu ia e voltava, fazia pedal de 100 km com nove anos. Eu nunca mais larguei o pedal”, diz.

Promessa de 1280 km - A Caloi Cruise foi a principal aliada de Adalton na realização de uma promessa paga em novembro de 2020. Na época, ele pedalou 1280 km de Campo Grande a Joinville (SC) para ver a formatura da filha Cecília Bassetto, de 19 anos.

Nenhuma intempérie encontrada no caminho foi maior que a vontade dele de finalmente cumprir a promessa feita há 14 anos. Ao Lado B, Adalton explicou o motivo de ter pedalado tanto. “A Cecília ficou internada em São Paulo por causa de uma pneumonia. Uma bactéria infeccionou todos os órgãos vitais dela e ela ficou em coma. Naquela ocasião, eu assumi alguns compromissos com Deus”, relata.

Entre os compromissos, Adalton prometeu ir de bicicleta acompanhar a formatura da filha independente de onde ela estivesse. Quando Cecília conclui o curso técnico de dança, ele pegou a bicicleta aro 26, fez as malas e partiu para a estrada.

O turismólogo menciona alguns dos perrengues que enfrentou no trajeto. “De Campo Grande até a cidade de Rosana (SP),  passei muito apuro com o calor. Depois de Campo Largo para Curitiba, foram cinco dias de chuva e frio, mas isso não é o problema, porque eu sofria mesmo com o vento lateral”, expõe. Ao chegar na cidade, além de acompanhar a formatura da jovem, ele teve a alegria de ver Cecília contratada para integrar a Companhia Jovem Bolshoi Brasil.

Adalton na companhia do filho.
Adalton na companhia do filho.

Os passeios de pai e filho - As pedaladas de Adalton e Theo tiveram início há 1 ano e quatro meses. Apesar de ainda não pedalar, o menino anima e incentiva o pai a pegar a bicicleta todo sábado e domingo. “Ele sempre vai comigo, coloca o capacete e senta no banco. Ele gosta demais e não para de falar a viagem toda. Quando acaba o assunto, ele começa a fazer música com o que vai passando na rua”, fala.

Os dois percorreram diversos pontos da cidade e chegaram a visitar Sidrolândia, a 71 km da Capital, uma vez. “A gente para, toma água, brinca e ele sempre leva na esportividade”, garante. Além de prezar pela companhia do menino, Adalton jura que o peso de Theo também o ajuda a treinar e adquirir mais condicionamento físico.

A razão de estar querendo melhorar o desempenho físico é para conseguir dar conta de fazer mais uma viagem pedalando. “Em dezembro, quero atravessar Mato Grosso do Sul e ir até o Chile. Quero cortar a Argentina de uma ponta a outra”, revela.

No final da entrevista, Adalton aproveitou a oportunidade para convidar pessoas que tiverem interessadas em realizar com ele esse trajeto. “Tô procurando pelo menos dois parceiros que queiram viajar. É pela companhia, porque não tenho problema de solidão, mas pedalando em dupla até o descanso é diferente”, encerra.

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