Mãe e filha criam corrente de mulheres em busca de café, conversa e risadas
O "cafézinho de sexta" virou mania entre um grupo de amigas
Em tempos de correria e falta de tempo, é normal não conseguir encontrar um momento durante a semana para reunir os amigos. Mas mãe e filha em Campo Grande decidiram que uma hora juntas é importante demais para ser negligenciada.
Maria Catarina Ajala Megale, empresária de 50 anos, e sua filha, a estudante Sarah Megale, de 18, iniciaram um novo hábito há cerca de 4 meses: toda sexta-feira, por volta das 15h, vão conhecer um café diferente de Campo Grande, onde passam a tarde conversando, colocando o papo em dia e tirando uma folga do trabalho, estudos e outras obrigações do dia a dia.
Com fotos dos encontros publicadas nas redes sociais, o “cafézinho de sexta” acabou “viralizando” entre os contatos de Catarina e Sarah, e cada vez mais as amigas interessadas foram se integrando aos encontros. Hoje, são cerca de 12 mulheres que rodam a cidade conhecendo e avaliando os cafés, e se divertindo muito no processo.
O encontro desta sexta-feira (15) foi no Mais que Café, localizado na Rua Euclides da Cunha, 69, Jardim dos Estados. Cerca de seis integrantes do grupo puderam comparecer. Entre elas, a nora de Catarina, a engenheira Jessika Nascimento, 26 anos, que foi pela primeira vez e já adorou a experiência. “A vida hoje em dia é tão corrida, eu mesma vivo adiando encontros com amigos. Acho que estar com amigas e trocar ideias agrega muito conteúdo ao dia a dia. Só conversar já pode deixou o dia mais leve”, opina.
Uma das mais animadas pelo projeto é a pedagoga Erlita Pedrosa, melhor amiga de Catarina. Toda quarta-feira, Erlinda já começa os preparativos para o cafézinho de sexta. “Mando no WhatsApp, pergunto onde iremos, as outras precisam me acalmar, pois eu acho que na quinta já será sexta-feira, de tão ansiosa”, brinca.
A qualidade de vida de todas as mulheres melhorou após os encontros, e elas não têm vergonha de se soltar, dão gargalhadas, batem palmas em momentos de entusiasmo e falam dos mais diversos assuntos, desde trabalho, relacionamentos, cultura, banalidades e conselhos. “Faz muito bem, dá uma paz poder encontrar as amigas”, avalia Adriana Trindada, vendedora e psicopedagoga de 39 anos.
Após percorrer tantos cafés de Campo Grande, o grupo de mulheres tem seus locais favoritos na cidade mas, no geral, dão a dica: “Faltam mais cafés com ambientes agradáveis. Tem lugares lindos mas que não comportam todas nós, pois são muito pequenos. E os preços precisam ser mais acessíveis também. Tem locais que a gente deixou a mãe na porta para pagar a conta”, brinca Catarina.
Sobre o café escolhido ontem, na Euclides da Cunha, a avaliação foi positiva. “Iremos voltar”, bateram o martelo.
Gerações - A diferença de idade não é problema para Sarah, que aprecia as conversas das mulheres mais velhas. “É bem tranquilo, não tem nada de pesado”, define. Ela revela que chega a pedir conselhos amorosos para a mãe e amigas da mãe. “Eu falo até dos 'crushes', é tudo normal, sem nenhum problema”.
“Eu acho triste a separação dos mais velhos com os mais jovens”, pontua a mãe, Catarina. “Eu não deixei isso acontecer entre minha filha e eu. Eu busco estar sempre me reciclando para poder estar com ela”, destaca.
Até as amigas de Sarah, da sua idade, ficam entusiasmadas pelos encontros e algumas já começaram a frequentar. “Eu acho que se você for pedir conselho para alguém, que seja para sua mãe, pois é alguém que nunca vai te trair”, finaliza a estudante.
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