Meninas da periferia lutam por R$ 48 mil para dançar balé na Holanda
Para viajarem até Amsterdã, elas precisam arrecadar uma grana alta, mas dizem que não vão desistir
“Pra mim, não faz sentido alguém que tem asas, não ter o céu”. A frase é da música “Liberdade”, que foi a escolhida para ser trilha sonora da apresentação de balé das meninas do projeto social “Asas do Futuro”.
Com passos delicados, ritmados e sensíveis, as pequenas bailarinas se preparam para participarem de um evento de dança em Amsterdã, capital da Holanda. Mas, antes de chegarem lá, elas precisam arrecadar cerca de R$ 48 mil.
Apesar do evento estar previsto para acontecer em 2023, os voluntários do projeto lutam para conseguir reunir dinheiro e levar toda a equipe. Durante a apresentação de ontem (07), a associação realizou uma pastelada na tentativa de conseguir, aos poucos, arrecadar todo o valor.
O professor de balé e educador social, Marcos André de Oliveira, comenta que cada menina precisa de R$ 8 mil para viajar. “Queremos ir com as seis meninas para Amsterdã, as inscrições começaram. É um custo muito alto, porque tudo tem que ser pago em euro e nós não temos ajuda financeira do município e o Estado”, explica.
O “Gymnaestrada”, que acontece a cada quatro anos na Europa, é considerado o maior festival de ginástica para todos do mundo e engloba a dança como uma das modalidades. As seis meninas do balé irão representar Campo Grande e Mato Grosso do Sul dentro da delegação brasileira.
A integrante do grupo de balé, Gabrielly dos Santos Ortega, 13 anos, por meio do Asas do Futuro, se apresentou na Bolívia e Argentina. “Foi muito bom, uma oportunidade, gostei de tudo lá, porque é diferente”, conta.
Apaixonada pelo projeto, Jenifer Gabriela Diniz Pereira, participa desde novinha do grupo de balé. Mesmo com toda a experiência, ela confessa que ainda fica nervosa antes das apresentações. “Hoje, eu fiquei porque era uma coreografia nova, eu fiquei com medo de errar. Às vezes, antes de apresentar eu finjo que não tem ninguém olhando e respiro fundo”, ri.
Ela relata que já conversou com a família sobre a apresentação na Europa. “Eu quero ir, mas no momento, minha família não está com muita verba. Minha mãe disse que se ela tiver condição, eu poderei ir”, relata.
A mais nova da equipe é a Ana Beatriz dos Santos de Oliveira, 9 anos. A pequena nunca saiu de Campo Grande e garante que está feliz com a possibilidade de viajar. “Eu tô muito animada, gosto de balé, a minha peça favorita é "O Lago dos Cisnes"”, fala.
Para conseguir arrecadar dinheiro, o pessoal da associação está aceitando doações. Os interessados em contribuir com a causa, podem doar qualquer valor no PIX: 67981206044 - Educador Social, Marcos André de Oliveira. Doações também podem ser realizadas para a conta corrente do Banco do Brasil Agência: 6993-0 / Conta: 7779-8.
Sobre o projeto - Fundada em 1998, a Associação de Amigos do Bairro Dom Antônio Barbosa, através do projeto Asas do Futuro, visa atender crianças de 6 a 15 anos da região. No local, são realizadas diversas atividades como oficinas culturais, esportivas e educacionais.
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