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Comportamento

Na periferia, salada fresca é por conta da honestidade dos clientes

Sem medo dos caloteiros, Hélio montou barraca com 'autoatendimento' com pagamento por Pix

Por Idaicy Solano | 29/01/2025 07:05
Na periferia, salada fresca é por conta da honestidade dos clientes
Quitanda improvisada chama atenção no final da Avenida Wilson Paes de Barros, no Bairro Nova Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

Na rotatória no final da Avenida Wilson Paes de Barros, no Bairro Nova Campo Grande, uma pequena quitanda de hortaliças improvisada, feita com pedaços de bambu e lona, chama a atenção com o slogan: “Autoatendimento: da roça para a sua casa”. O que torna a barraca realmente interessante é o fato de que, por lá, as vendas são feitas com base no “Pix da confiança”, e o pagamento fica por conta da honestidade dos clientes. Ou seja, o cliente escolhe e paga via pix, ninguém controla, ninguém cobra. Se isso dá certo? Bom...

A ideia de montar o ponto de vendas foi do comerciante Hélio Gomes, de 46 anos, que possui uma horta em uma propriedade arrendada na região. Hélio conta que trabalha com hortifrúti e, para evitar desperdício, resolveu pegar as verduras em bom estado que sobram da colheita para vender tudo a partir de R$ 3.

O comerciante detalha que o modelo de negócio foi um teste para ver se funcionaria. Em quatro meses, ele afirma que a experiência tem sido mais positiva do que negativa e garante que a quantidade de pessoas honestas, que pegam o produto e pagam por ele, é maior do que o prejuízo causado por aqueles que pegam sem pagar.

Na periferia, salada fresca é por conta da honestidade dos clientes
Hortaliças e verduras são embaladas com bastante zelo e vendidas em saquinhos (Foto: Paulo Francis)
Na periferia, salada fresca é por conta da honestidade dos clientes
Barraca tem cheiro verde fresquinho a R$ 3 (Foto: Paulo Francis)

Mesmo sabendo da existência dos caloteiros, Hélio comenta que tem planos de melhorar a estrutura e disponibilizar mais produtos. Durante a visita da reportagem ao local, havia pés de alface, maços de cheiro-verde, saquinhos de limão e berinjelas à venda.

A respeito da iniciativa, pouco vista na cidade, Hélio comenta que a prática não se populariza porque sempre há algumas pessoas que acabam “estragando” a ideia.

“Sempre tem um ou outro que estraga [por levar sem pagar], e a maioria honesta acaba pagando por isso. Até pensei em colocar alguém lá [para vigiar], mas aí perderia a essência", expressa.

Hélio finaliza dizendo que espera que essa atitude inspire as pessoas e ajude a vizinhança a praticar a honestidade e a transparência. “Quando fico sabendo que roubaram, me sinto mal, dá vontade de tirar. Mas, por causa de uns e outros, eu ainda deixo”.

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