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Comportamento

Na quadra ou na cela, presos se dividem em times para combater LGBTfobia

Veja como foi o 2º Torneio de Vôlei LGBTQIA+ 2023 no Instituto Penal de Campo Grande

Thailla Torres | 23/05/2023 10:43
A disputa aconteceu na última quinta-feira (18).
A disputa aconteceu na última quinta-feira (18).

São 10 portões de ferro para se chegar da rua à quadra. No pátio, o presente não é nem o prêmio sobre a bandeira LGBTQIA+, e sim o céu azul e o sol. Entre as palavras de boas-vindas, o grupo se atenta para a divisão de times, são quatro a disputar o troféu do 2º Torneio de Vôlei LGBTQIA+ 2023 no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

Em maio, no Mês da Diversidade, a Subsecretaria de Políticas Públicas LGBTQIA+ incluiu, pela segunda vez, na programação o torneio de vôlei para a ala LGBT+ do presídio, onde atualmente estão 75 pessoas em privação de liberdade. A disputa aconteceu na última quinta-feira (18).

“O dia de hoje é para lembrar e reforçar que vocês são uma comunidade, que devem se fortalecer, se respeitar e juntos lutarem contra a LGBTfobia. Nós estamos aqui para todas as pessoas, independentemente se estão privados ou não de liberdade”, ressaltou o coordenador do Centro Estadual de Cidadania LGBT+, Jonatan Espíndola.

Jonatan ainda pontuou todos os serviços oferecidos pelo Centro Estadual de Cidadania LGBT+, ligado à Subsecretaria LGBTQIA+, como as orientações, solicitação de carteirinha com nome social, além da equipe psicossocial.

Psicóloga do Centro Estadual de Cidadania LGBT+, Gabrielly Antonietta Lima reconheceu rostos de visitas anteriores, e destacou a importância da ação no IPCG. “É imprescindível falar da diversidade em todos os espaços, sem a diversidade, a gente não avança como sociedade”.

O torneio levou rede e bola para dentro do Instituto Penal de Campo Grande, e teve Mikaella Lima, árbitra da Federação de Vôlei de Mato Grosso do Sul e atual presidente da ATMS (Associação de Travestis e Transexuais do Mato Grosso do Sul), no apito.

Com 1,75m de altura, Mikaella que é jogadora de vôlei profissional entrou na quadra não só com a missão de apitar.

“Para fomentar o lazer, a saúde, e é uma forma de conscientizar as pessoas trans que estão aqui, para que elas saibam que tem oportunidade aqui fora. Mulher trans pode chegar em qualquer lugar, pode ser jogadora, pode ser árbitra”, enfatizou.

Antes de dividir os times, Mikaella fez questão de dizer que é a primeira árbitra trans do País registrada na Confederação de Vôlei, além de ser jogadora e bicampeã pelo time da AABB. “Eu estou aqui para dar exemplo, lá fora a gente pode ser quem a gente quiser. E eu espero jogar contra vocês lá fora, ou até no mesmo time”, compartilhou.

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