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Comportamento

Nem décadas trabalhando junto fez casal descansar na aposentadoria

Tendo deixado o ramo da construção no passado, Jair e Maria fazem sucesso com caldo de cana e pastel

Aletheya Alves | 11/05/2023 07:31
Depois da aposentadoria, Jair e Maria decidiram tentar novo ramo com o público. (Foto: Aletheya Alves)
Depois da aposentadoria, Jair e Maria decidiram tentar novo ramo com o público. (Foto: Aletheya Alves)

Tendo trabalhado juntos por décadas no próprio negócio, Jair Padilha e Maria Aparecida Caramalac continuam batendo ponto juntos depois da aposentadoria. Garantindo que não enjoam de dividir o cotidiano desde a hora que acordam até quando vão dormir, o casal agora faz sucesso na Vila Sobrinho com caldo de cana e pastel.

Localizado na Avenida Presidente Vargas, o carrinho foi todo construído por Jair e, a pedido de Maria, ganhou espaço para fritar os pastéis na hora. Inicialmente, a ideia era que o novo trabalho fosse apenas para o marido, mas após perder a mãe, Maria decidiu que voltar a dividir o dia todo com ele seria a melhor opção.

“A gente não enjoa não, é tranquilo. Tanto que depois que criamos os filhos, ficamos mais juntos ainda”, conta Jair sobre a parceria. Contrariando quem não acredita na parceria depois de tantos anos, os dois garantem que a sintonia continua a mesma.

Enquanto Maria resolveu se dedicar aos pastéis após perder a mãe, Jair viu em si mesmo a necessidade de se acalmar. No início, tentou aceitar a aposentadoria totalmente, mas não aguentou a paradeira que estava tomando o cotidiano.

Estrutura para fritar pastel na hora foi toda pensada por Jair. (Foto: Aletheya Alves)
Estrutura para fritar pastel na hora foi toda pensada por Jair. (Foto: Aletheya Alves)

Antes da pandemia, o vendedor ainda trabalhava no ramo da construção com a esposa e, conforme ele narra, o estresse era demais. “Tive um problema no coração e aí o médico disse que eu precisava mudar tudo. O difícil é que me falaram que eu não podia me estressar com cliente, não podia cansar, tomar muito sol, não podia fazer muita coisa”.

Por isso, a ideia foi ficar em casa, mas quando os dois perceberam que o cotidiano não estava realmente feliz, decidiram inovar na própria vida. Sem nunca ter trabalhado com qualquer coisa relacionada a comida, a ideia foi tentar a garaparia.

Primeiro, o carrinho era menor e comportava apenas a estrutura para fazer caldo de cano, mas com a pandemia foi necessário encerrar a tentativa. “Acabei vendendo o que tinha porque não dava, mas logo depois comprei de novo e melhorei”.

Heleno cruza a cidade quase todos os dias só para garantir a garapa de Jair. (Foto: Aletheya Alves)
Heleno cruza a cidade quase todos os dias só para garantir a garapa de Jair. (Foto: Aletheya Alves)

Pensando que precisaria estar disponível com sol ou chuva, Jair criou o carrinho e, com a presença de Maria, reservou um espaço para os pastéis fritos na hora. Hoje, os dois trabalham de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

“A gente acorda antes das 5h para limpar tudo, organizar, fazer os pastéis e vir para cá, mas gostamos. Tanto que ninguém quer parar, a gente só sai daqui e para de fazer isso quando Deus quiser”, explica Jair.

E, comprovando o sucesso, Heleno Silva, de 84 anos, é um dos clientes que fazem questão de ir à garaparia quase diariamente mesmo morando longe do bairro. “Eu moro lá no Rouxinóis, pego dois ônibus para chegar aqui”, garante.

Apesar de poder comprar a garapa na própria região, ele comenta que a conversa em conjunto aos produtos vale a pena. Mais do que isso, a parceria do casal se estende para os clientes.

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