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Comportamento

Neto emociona família ‘cuidando’ dos bisavós com Alzheimer

Garantindo que momentos não sejam perdidos, filhas se emocionam com o amor do pequeno e com cada detalhe

Por Aletheya Alves | 29/01/2025 11:48

Desde que aprendeu a andar, o pequeno Marcos faz questão de levar os bisavós de um lado para o outro e, nesta semana, a atenção do menino com dona Judite, de 78 anos, emocionou ainda mais a família. Além de o cuidado ser naturalmente fofo, o registro fica mais intenso quando a avó do pequeno, Valnice Ruth de Almeida, explica que os pais foram diagnosticados com Alzheimer e que cada momento ao lado deles é uma tentativa de não perder mais momentos.

No vídeo, Marcos, de 1 ano e 4 meses, segura a bisavó pela mão e a leva até o seu quarto. O que não é possível ver no registro é a continuidade da pequena caminhada até a cama da matriarca, que acaba com o menino dando um beijo em Judite. Devido à rotina dos pais, não conseguimos registrar novas fotos, mas a filha fez questão de encaminhar o vídeo para mostrar o quanto o afeto faz toda a diferença.

“Meu pai e minha mãe têm Alzheimer, sendo que o quadro da minha mãe é mais agravado. Ela fica mais deitada, assistindo à TV e durante o dia colocamos ela para fora na cadeira. Então, depois ela tem que voltar para o quarto e foi ali que o Marcos pegou ela pela mão”, explica Valnice sobre a cena.

Carinhoso, o menino começou a se apegar mais aos bisavós depois de completar o primeiro ano e, segundo a avó (Valnice), não desgrudou mais. “Ele é muito carinhoso, leva eles de um lado para o outro, na hora do almoço vai junto. Toda vez que a gente vê isso e olhando o vídeo, a gente se emociona”.

Contando sobre a história dos pais, Valnice explica que a mãe é campo-grandense e o pai é cuiabano. Ao todo, estão juntos há 55 anos. Se conheceram por participarem da mesma igreja e o pedido de casamento foi por carta, já que na época Eulálio morava em Corumbá.

Da união, nasceram seis filhos, sendo Valnice a mais velha. E, nos últimos quatro anos da história, veio o diagnóstico de Alzheimer.

Por enquanto, a gente está levando mais numa boa porque nenhum dos dois esqueceu da gente. Minha mãe está em estágio mais avançado, então temos os cuidados com higiene e alguém que cuide dela durante o dia todo. Papai está mais tranquilo, a doença não está tão severa”, diz Valnice.

Em meio às suas memórias, dona Judite preserva aquelas mais antigas, desde quando era menina até acompanhar o crescimento dos filhos. Nesse trajeto, o esquecimento foi se espalhando pelas últimas décadas e é intensificado no hoje.

“Ela esquece rapidamente o que acabou de fazer, se você perguntar algo de dois minutos atrás ela já não sabe. Meu pai está em uma fase mais leve, ele consegue conversar, lembra das coisas recentes, mas tem se perdido nos dias e em alguns detalhes”.

Na rotina, o amor da família divide espaço com os cuidados em manter os cuidados e esperar que nenhum nome seja diluído. Isso porque, além do Alzheimer, questões renais, diabetes e pressão também demandam atenção.

“É muito difícil. A gente procura estar por perto, estar conversando para não esquecer da gente. Eu não moro com eles, moro próximo, mas passo todos os dias e pergunto quem eu sou. A chegada desse momento é o medo maior”, completa.

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