“Ninja do atendimento”, garçom ganhou até limusine para casar
Douglas conquistou tanto os clientes, que conseguiu casar de limusine e ainda ganhou um “boi inteiro”
Há 14 anos, Douglas Moraes, 28, planta sementes do bom atendimento ao público como garçom. O jovem que mais parece um daqueles “senhorzinhos conservadores” por usar roupas clássicas, como camisa, calça e sapato social e ainda ter um jeito cortês de falar, cativa qualquer um com sua educação e atenção individualizada por onde trabalha. E foi tudo isso que fez ele ter o casamento dos sonhos.
Antes da entrevista, observamos que a fama dele não é coisa de propaganda. Enquanto o semáforo estava vermelho, na Avenida Eduardo Elias Zahran com a Avenida Bom Pastor, Douglas pausou a conversa, de forma rápida, e como quem está acostumado com o gesto, abaixou o vidro do carro e disse: “Fala, lindão”, era o cumprimento direcionado ao vendedor de balas que estava por ali.
Ao descer do carro, do outro lado da rua, alguém acenou com as mãos ao Douglas. Em outro momento, num restaurante, outra pessoa passou buzinando. Aquela frase "já dá para ser político" cairia como luva ao garçom. Isso porque em poucos momentos, ele pareceu conhecer muita gente. Mas a verdade é que ele foi apenas educado ao dizer "oi", "tchau", "obrigado" e até "licença" por onde passava.
Tudo isso, nos últimos anos, fez Douglas cativar muitos clientes. “Tem alguns que me ligam sempre na virada do ano para me desejar um feliz Ano-Novo. Quando isso acontece, me sinto honrado”, comenta. Já outros até fizeram parte de um dos momentos mais felizes de sua vida, o sonhado casamento.
“Deles, eu ganhei de presente dinheiro, uma limousine emprestada e uma novilha”, contou. Ele diz que tudo isso ocorreu sem pedir nada. Quando, por um acaso, essas pessoas ficavam sabendo, logo se prontificavam em presentear.
Seu casamento durou dois dias e o custo desembolsado foi de apenas R$ 1,6 mil. Quase impossível para alguns. Mas, para Douglas, deu certo. O garçom, que hoje, é consultor de atendimento em bares e restaurantes de Campo Grande e interior, atribui todas essas conquistas à "fé em Deus". Não duvidamos, mas é verídico que ele fez por onde nos últimos tempos.
Nos atendimentos, ele anda com uma caderneta, onde faz anotações minuciosas. “É importante eu saber o nome de quem atendo. Tem vez que não lembro exatamente, mas uma característica de quando atendi sempre me vem à memória. E quando não, recorro a caderneta para recordar”, conta Douglas, como quem ensina o passo a passo para conquistar o cliente.
Filho de pais trabalhadores, Douglas viu em casa exemplo do que é atender. Seu pai e sua mãe já tiveram restaurante. Mas ele não teve a oportunidade de trabalhar nesses estabelecimentos. Infelizmente, a família perdeu os empreendimentos. Para ajudar nas despesas, o rapaz começou a trabalhar como garçom, de onde tirava seu sustento e ainda ajudava sua mãe. Nesse período, o pai já havia falecido.
Seguiu carreira no ramo de garçom e, hoje, colhe todos os frutos daquilo que plantou desde cedo. O atendimento como garçom ainda acontece, mas atualmete, ele se dedica mais em formar novos profissionais nessa área. Com paixão e entusiasmo, mostra a cada aluno que a boa educação misturada ao bom atendimento pode fazer muitos chegarem longe. "Confiando na minha experiência, eu decidi compartilhar tudo o que aprendi", finaliza.
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