No Dia dos Namorados, o presente delas é ‘liberar’ o maior desejo deles
Além de rosas e jantar romântico, o sexo anal é um dos 'presentes' que marcam a dinâmica do 12 de junho
“O Dia dos Namorados é a única data que o povo dá o c*”. A frase está longe de ser exagero ou brincadeira e sim tem muita mulher que espera o 12 de junho para experimentar o sexo anal. O ‘presente’ para o parceiro ou parceira é um dos que marcam a data, como jantar romântico, rosas e chocolates.
Para abordar o assunto, o Lado B conversou com a sexóloga da Labareda Boutique, Karina Brum. Com 15 anos de experiência na área, ela sabe que o mês de junho é agitado com alta procura dos chamados ‘facilitadores’ do sexo anal.
Sozinhas ou acompanhadas, mulheres de diferentes idades chegam ao sex shop onde Karina vende o produto e oferece informações que vão além do rótulo, pois algumas não têm experiência ou conhecimento no assunto.
No Dia dos Namorados, a sexóloga explica que a vontade de ‘fazer anal’ surge primeiro para agradar o outro ao invés de si mesma. “É cultural a mulher talvez entenda que esse tipo de relação é um presente que tem que valer muito a pena, que o cara tem que estar merecendo muito e até relacionamento de menina com menina tem que estar merecendo. Aí vem a questão que ela não busca pelo auto prazer”, afirma.
A procura pelo prazer, ainda que seja do outro, acaba na porta do sex shop. Dois meses antes do 12 de junho, a loja aumenta o número de pedidos pelos produtos que são os mais requisitados nessa época do ano. “A gente compra o dobro de plug anal, joia anal, lubrificante, chuca, dessensibilizante”, fala Karina,
Claro que no mercado erótico sexo está longe ser tabu e conversa levada aos sussurros, porém as clientes mantém a discrição na hora de questionarem o que funciona ou não no sexo anal. “As mulheres são mais contidas, o público do shopping é mais romântico, mas todas querem algo pelo bem-estar, então todas elas perguntam: ‘O que você tem para facilitar?”, conta.
A pergunta é simples e é quase um divisor de águas que separa as que têm experiência daquelas que ainda não viveram o momento sozinha ou a dois. “Como a gente sabe que é presente? Porque ela não sabe o que faz e mentir não adianta. Se a pessoa mentir não vai dar certo”, afirma.
Assim como faz com elas, Karina mostra alguns dos facilitadores e suas funções. “Esse vem com prata ativa que é cicatrizante e antibactericida. Essa é uma edição limitada com ácido hialurônico que de alguma forma restaura o colágeno. Esses são produtos para sexo anal, esses são dessensibilizantes pra garganta profunda”, cita.
Apesar do gel facilitador, o lubrificante e os óleos para sexo oral fazerem sucesso, o plug anal é o campeão de vendas. Seja de silicone ou com joia, o item é o verdadeiro queridinho. “As vezes a mulher nem faz o anal, mas se ela aparece com isso aqui ela já tá satisfeita”, esclarece.
Para quem já venceu a 'barreira' do sexo anal com o parceiro ou parceira, o setor BDSM é outro bastante requisitado. A sexóloga comenta que o fetiche é descoberto em etapas. “É engraçado que quem está no primeiro nível leva pluma, chibatinha, ela vai brincar. É a pessoa que entende que a excitação sensorial começa por esse setor”, destaca.
Permissão x permissividade - Na relação a dois, a sexóloga chama atenção para a importância do diálogo no sexo. Ao invés de supor que o outro quer, gosta ou sabe fazer, o melhor caminho é falar sobre e sempre agir com consentimento.
“A mulher confunde permissão com permissividade. A permissividade é quando você não fala nada e acha que a pessoa vai saber fazer. Nesse achismo não rola, não vai funcionar. A pessoa tem que consentir e quando você permite e diz ‘eu gosto disso, vamos tentar tal coisa’ isso é permissão. No sexo as pessoas tem o péssimo hábito de não conversar. A gente abre caminhos quando conversa não é só chegar e pôr”, ressalta.
Além de defender o diálogo no sexo, Karina garante que outro trabalho constante envolve fazer as mulheres compreenderem que o prazer delas deve ser prioridade em qualquer época do ano envolvendo ou não ‘dar o c*’.
“A gente luta pra acabar com essa graça, para que a mulher naturalize para si o prazer. A gente tenta incentivar para elas fazerem sozinhas, compra um vibrador, um bom lubrificante e vai ser feliz”, pontua.
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