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Comportamento

No esquecimento da lixeira, morador de rua encontrou abrigo em Centro

Homem parece novo, mas hoje vive de pedir dinheiro para consumir drogas

Thailla Torres e Bruna Kaspary | 11/12/2017 08:03
O homem dorme em uma lixeira abandonada, mas que virou arquitetura para sua sobrevivência.
O homem dorme em uma lixeira abandonada, mas que virou arquitetura para sua sobrevivência.

O abandono de uma lixeira no Centro de Campo Grande é hoje o endereço da sobrevivência para um morador de rua. Com aparência jovem, mas escondida pela sujeira e o tempo vivido nas ruas, há dias ele vem chamando atenção na Rua 13 de Maio. A cena dele dormindo na lixeira de um banco não sai da cabeça de quem passa, mas até agora pouco se sabe do paradeiro do homem que bota qualquer um para correr quando tentam tomar o seu "lar".

O uso de drogas e álcool pode explicar a busca do homem por um lugar nas ruas. Ele surge sempre nos finais de tarde, quando maior parte dos estabelecimentos do Centro está fechada. Mas arredio, não conseguimos conversar com ele.

Foto registrada por um leitor, no início da manhã.
Foto registrada por um leitor, no início da manhã.
Durante o dia, só restam os pertences.
Durante o dia, só restam os pertences.

Segundo os vendedores do local, já acostumados com a cena do rapaz ao acordar na lixeira, ele parece ter problemas com drogas. Mas não é violento. Apenas não parece lúcido, longe das suas referências, toda vez que volta dos arredores do antigo terminal rodoviário da cidade.

"Ele fica o dia inteiro. Mas é usuário de drogas e está sempre pedindo dinheiro. Quando junta um pouquinho, vai para a antiga rodoviária", conta a vendedora ambulante, Adelas Neves.

Dentro da lixeira há um travesseiro, uma blusa e pedaços de papelão, que muitas vezes, é jogado fora quando ele não está. "As meninas do banco tiram tudo e jogam fora. Mas ele junta tudo de novo e volta. Há uns dias havia bastante roupa que doaram pra ele, mas ele não usa".

Do outro lado da rua, quem observa a rotina do morador é seu Arlindo Francisco da Costa, de 74 anos. "Ele é dono da lixeira, se outros chegam perto, ele bota fora. Mas se ele não está por aí  é por que deve estar lá na antiga rodoviária, fico observando o movimento daqui", afirma.

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