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Comportamento

No Natal da Nicolly, pais ensinam que boas lembranças não têm preço

Com 4 aninhos, Nicolly é filha única do casal Marina e Eduardo; nesta época natalina, família tem muito o que recordar

Raul Delvizio | 11/12/2020 06:22
Marina e Eduardo com a filha Nicolly (Foto: Arquivo Pessoal)
Marina e Eduardo com a filha Nicolly (Foto: Arquivo Pessoal)

Melhor do que todos os presentes debaixo da árvore de Natal, é a presença de uma família feliz".

A frase é a da família Moreli, enfática ao dizer que recordar não tem preço. A única filha do casal é Nicolly, a menina com síndrome de Down de 4 aninhos por trás do perfil que conquistou mais de 50 mil seguidores no Instagram com sua beleza diferente. Na chegada da época mais natalina de todas, um registro lá de 2017 foi compartilhado na rede social para alegria do público e orgulho dos pais corujas.

Recordação postada no perfil da filha é de 2017 (Foto: Arquivo Pessoal)
Recordação postada no perfil da filha é de 2017 (Foto: Arquivo Pessoal)

"Queremos proporcionar essas memórias toda vez que for possível. Ela mesma assiste os vídeos, vê as fotos, sente o que viveu e sabe que foi amada. É mostrar toda vez que ela brilhou e fez suas próprias conquistas", esclarece a mãe Marina Martins.

Por causa da pandemia de covid-19, a família resolveu não arriscar este ano e cancelou os planos para a habitual sessão de fotos natalina. Mesmo assim, não deixaram de cultivar novas memórias: este dezembro pandêmico foi o primeiro em que Nicky ajudou na montagem da árvore de Natal.

"Assim ela vivencia a mágica do Natal como qualquer criança, tendo a experiência de montar e desmontar a árvore. Na véspera, curtir a união em família à espera do Papai Noel", disse a mãe.

Aqui, com menos de 1 ano de idade (Foto: Arquivo Pessoal)
Aqui, com menos de 1 ano de idade (Foto: Arquivo Pessoal)
Antes da pandemia, esta foi a última sessão de fotos natalinas (Foto: Arquivo Pessoal)
Antes da pandemia, esta foi a última sessão de fotos natalinas (Foto: Arquivo Pessoal)

Do "bom velhinho", o pai Eduardo bem entende. Há dois anos, ele se fantasiou no condomínio onde moram para alegria da criançada, despertando também na filha – que só tinha 1 ano e 6 meses – uma felicidade imensa. Mais uma recordação que têm juntos.

"Estava à caráter, com saco de presentes e até um sino. Ela ficou emocionada por eu, além de ser o pai dela, também ser o Papai Noel de todo mundo. Gosto muito de presentear minha filha com essas coisas simples, mas que sempre fizeram ela acreditar que se trata sim de momentos especiais", afirma Eduardo Moreli.

E acrescentou: "minha família é Nicky e Marina. Vivo por elas duas. Ver esses registros, assistir os vídeos, representam muita coisa pra mim", garante.

Em 2016, Eduardo fez questão de se vestir de Papai Noel para o Natal de 1 aninho da filha (Foto: Arquivo Pessoal)
Em 2016, Eduardo fez questão de se vestir de Papai Noel para o Natal de 1 aninho da filha (Foto: Arquivo Pessoal)

Não é só nas redes sociais que essas recordações de #TBT têm espaço garantido. Na casa da avó materna, assim como na própria residência dos Moreli, quadros foram fixados para sempre lembrar que o Natal é um dos momentos mais especiais para a família.

"Não posso afirmar que se trata de um cartão-postal, porque seja no Natal, na Páscoa, no aniversário dela, nas pequenas conquistas do dia a dia, do seu desenvolvimento enquanto criança, tudo isso soma à sua memória afetiva", considera a mãe.

Para Marina, o lado "blogueira" da Nicky no perfil do Instagram tem um duplo significado: primeiro, de ser um álbum virtual para ela levar sempre consigo; segundo, poder transmitir informações e tirar dúvidas dos pais que também possuem filhos com síndrome de Down.

"Tem vários pais que entram em contato com a gente justamente querendo arrancar suas incertezas. Assim, tentamos ao máximo tirar o medo que eles têm, tranquilizar o coração desses pais sendo mais humano", comenta.

Na casa da avó, decoração de Natal também celebra a recordação feliz (Foto: Arquivo Pessoal)
Na casa da avó, decoração de Natal também celebra a recordação feliz (Foto: Arquivo Pessoal)
Nicky adora relembrar seus momentos – e os pais fazem questão disso (Foto: Arquivo Pessoal)
Nicky adora relembrar seus momentos – e os pais fazem questão disso (Foto: Arquivo Pessoal)

Em média, 70% só fica sabendo no pós-gestação, exatamente como aconteceu no parto da Nicolly. "Foi um choque pra todo mundo. Ainda mais que a pediatra, sem preparo nenhum, me abordou no meio do corredor a caminho do quarto e simplesmente disse que a Nicky havia nascido com a sídrome. Só faltou ela falar 'sentimentos' por minha filha ser o que é, e olha que ela mal havia nascido", relembra.

Eu confesso que hoje, se tivesse recebido a notícia de uma outra forma, nossa família não ficaria tão desestruturada como naquele início".

"Todo pai de uma criança especial tem que virar pesquisador, estudar mesmo. Eu e meu esposo somos 'especialistas' da síndrome de Down porque tivemos que aprender de tudo um pouco sobre ela para melhor atender a Nicky".

Marina e Eduardo acreditam que isso seja importante não somente para o desenvolvimento da filha, mas para que tenham a melhor qualidade de vida possível tal como qualquer criança.

"É a família amar sempre, acreditar, dar oportunidades. Principalmente não superproteger, entender que o filho tem suas particulares como toda criança tem – mas também é capaz. Nos registros que fazemos dela, guardamos com carinho suas próprias conquistas".

Quem quiser pode conferir Nicolly via @nicky.moreli.

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"Nos registros que fazemos dela, guardamos com carinho suas próprias conquistas" (Foto: Arquivo Pessoal)
"Nos registros que fazemos dela, guardamos com carinho suas próprias conquistas" (Foto: Arquivo Pessoal)
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