No Ramadã, quebra de jejum tem encontro familiar e sopas típicas
Em Campo Grande, Jamila prepara refeições típicas do Brasil, mas charuto e kibe não podem faltar
O Ramadã, mês sagrado para os mulçumanos marcado por jejuns e orações, já começou e termina em 23 de abril. Até lá, os praticantes devem ficar sem consumir qualquer tipo de alimento e bebida do nascer ao pôr do sol. A tradição pode parecer difícil para alguns, mas é com a perspectiva de que ‘nada é impossível para Deus’ que Jamila Ghandour Taha, de 62 anos, e seus familiares vivem mais um Ramadã em Campo Grande.
O Lado B conversou com a empresária que falou sobre a tradição e, principalmente, quais são os pratos típicos consumidos na quebra de jejum.
Durante o Ramadã é costume que a primeira refeição do dia seja feita na companhia de familiares. Apesar da correria do cotidiano, Jamila comenta que nos próximos dias todos os filhos e noras irão se encontrar diariamente na casa dela e do esposo. “Todo mundo trabalha o ano inteiro, mas o Ramadã é o único mês onde a família inteira se reúne, quebra o jejum juntos, é um mês sagrado”, destaca.
Na quebra de jejum, que ocorre depois do pôr do sol, a refeição não segue um padrão. Segundo Jamila, os pratos podem variar conforme as condições financeiras de cada família. No exemplo dela, os pratos são uma mistura de culinária àrabe e brasileira.
Para ‘não pesar o estômago’, a quebra do jejum começa pelas tâmaras e um pouco de água ou suco. Após comer a fruta e ingerir a bebida, Jamila explica que é servido um prato quente acompanhado por uma salada. “Sempre tem que ter uma sopa ou caldo e sempre com a famosa fattoush e ou tabule. O fattoush é uma salada que tem pepino, alface, rabanete e tomate. É uma salada completa”, explica.
Depois das frutas, caldo e salada, a refeição é completada por outros pratos. “Quando quebra o jejum você pode se alimentar bem de tudo e de tudo que você quiser”, afirma. Para os filhos, esposo e noras, ela gosta de preparar pratos típicos do Brasil e sem esquecer de outros tradicionais da cultura. “Uma esfiha, kibe, charuto nunca podem faltar”, completa.
No ramadã, o jejum não se aplica a determinados grupos. Pessoas que estão doentes, grávidas, amamentando e mulheres no período de ciclo menstrual não precisam ficar sem se alimentar. No último caso, das mulheres que estão no período menstrual, elas devem fazer o jejum depois.
Além do jejum, o Ramadã é marcado pelas orações e pedidos. Neste ano, o mês sagrado tem como pano de fundo o conflito entre Israel e Hamas. Em Campo Grande, a comunidade muçulmana também está unida pedindo pela paz e resolução do conflito.
“Todo noite fazemos a reza pedindo que Deus proteja os necessitados, cuide dos doentes. A paz é em primeiro lugar. Isso que prevalece para a gente”, pontua.
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