O celular não sai da mão, mas paciência para atender ligação já se esgotou
Maioria das pessoas prefere resolver assuntos pelo Whats mesmo
Quem ainda liga para as pessoas? Se tem uma coisa difícil de achar, é quem tenha paciência para atender telefonema. Quem nunca esperou o celular parar de tocar para enviar uma mensagem? Em uma volta rápida pelo Centro de Campo Grande, o Lado B tirou a prova de que uma mensagem vale mais que mil palavras. Em meio a correria do dia a dia, a galera fez questão de frisar que a ligação interrompe o trabalho, a refeição, o banho e dezenas de outras atividades.
Junto ao smartphone uma tropa de aplicativos de mensagens invadiu a vida das pessoas, entre eles os mais famosos como o WhatsApp, Telegram, Hangouts, Messenger do Facebook e até o Instagram. O fato é que ao receber uma mensagem, o receptor escolhe o tempo de resposta, diferente da ligação, que exige uma atenção imediata. E não estamos falando somente das chamadas de empresas de cobrança.
O adolescente Carlos Miguel Veríssimo, de 17 anos, trabalha como mirim na Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e é praticamente obrigado a atender telefone, afinal, faz parte de sua função.
Porém, se dependesse dele, tudo seria revolvido por mensagem. “No trabalho a gente tem que atender, minha mãe também me liga, mas por mim prefiro resolver as coisas por mensagem”, garante o jovem.
A estudante Maria Luiza Kettenhuber, de 18 anos, prefere a ligação. Para ela, o telefone garante que você ouça a voz da outra pessoa. “Prefiro a ligação do que a troca de mensagens. Na ligação você sente como a outra pessoa está, escuta o tom da voz e entende melhor a conversa”, garante.
Já o namorado Jonas Max, de 23 anos, que é funcionário de um hospital, detesta ligação. Para ele, tudo seria resolvido por mensagem, porque o telefone interrompe a rotina. “É mais rápido, por mensagem você já vai direto ao ponto”, garante.
Assim que questionada sobre a preferência por ligação, a dona de casa Ana Clécia Nascimento Gomes, de 28 anos, soltou logo um “com certeza, não”. A mãe de duas meninas, explica que não tem tempo para ficar atendendo a chamadas. “Prefiro a mensagem. Você já responde um ‘ok’, ‘sim’ ou ‘não’ e já está tudo certo”, garante.
O barbeiro Alexandre Duarte, de 30 anos, é do time que prefere a ligação, tanto para assuntos pessoais quanto para agendamentos de clientes. Para ele dar uma pausa para atender o telefone não atrapalha em nada e garante uma boa interpretação do que a outra pessoa quer dizer. “Quando você recebe a ligação, você já percebe o que está se passando do outro lado da linha”, pontua.
Enquanto o barbeiro prefere telefonemas, o maquiador Wallacy Oliveira, de 26 anos, diz que até para lidar com cliente, o uso de mensagens é meio caminho andado.
“Nesse calor de Campo Grande colocar celular no ouvido já sua, cola no rosto. Sem paciência para atender telefone. E outra, para atender as clientes, as mensagens já revolvem tudo por si. Até no feedback do serviço prestado. Agiliza tudo”, explica o jovem.
Falta de tempo ou nova geração? Artigo publicado na revista norte-americana The Atlantic garante que a aversão à telefonia é, especialmente, acentuada entre os millenials - a nova geração - que atingiram a maioridade em um mundo de mensagens de texto.
Mas, independentemente, da preferência por mensagens, a queda nas ligações é comprovada em números. O uso do telefone fixo também caiu. O serviço de telefonia deixou de ser prestado em 33.390 domicílios de Mato Grosso do Sul no período de 12 meses, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Até o meio do ano, Mato Grosso do Sul tinha 433.936 contratos ativos, queda de 7,14% em um ano. Na comparação mensal, o serviço perdeu 3.224 contratos no Estado, que representam 0,73% do total.
A queda no Estado acompanha a tendência nacional. Conforme a Anatel, o serviço deixou de ser prestado em 2,69 milhões de domicílios nos últimos 12 meses, redução de 6,88%.
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