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Comportamento

O Natal de quem ficou em coma por conta da covid-19 e “renasceu”

Carlos e Lucinete: dois exemplos que foram internadas em estado grave por conta da covid-19, mas que passaram o Natal em casa

Lucas Mamédio | 25/12/2020 07:15
Carlos vê a possibilidade de passar o Natal em casa como um presente de Deus (Foto: Silas Lima)
Carlos vê a possibilidade de passar o Natal em casa como um presente de Deus (Foto: Silas Lima)

Sentado na varanda de casa, na Rua 15 de Novembro, o médico Carlos Elosta vive a chance de um Natal diferente. Aos 57 anos de idade, ele ainda se recupera da covid-19, que o acometeu em abril e teima em deixar suas sequelas. Mas hoje celebra a segunda chance que teve para viver e agradece em poder passar o Natal ao lado da família após dias tensos dentro de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Carlos ficou 45 dias internado, 30 deles intubado no CTI do Hospital da Unimed. Hipertenso, com pressão alta e obeso, o médico clínico geral foi internado apenas dois dias após os primeiros sintomas. “Eu tive febre e logo depois já passei mal. Fui internado e, em seguida, sedado”.

Dos 30 dias no CTI em estado grave, Carlos ficou 15 com tubo via oral e outros 15 com traqueostomia, um procedimento necessário para não causar lesões na garganta.

Ele foi colocado em posição pronada, ou seja, de barriga para baixo, para melhorar a capacidade de respiração, já que o coronavírus afeta o sistema respiratório. A posição durante muito tempo lhe rendeu uma lesão no nervo ciático.

Com 30 quilos a menos, o médico acredita que foi contagiado no posto de saúde onde trabalhava. “Abril ainda era começo de tudo, não estávamos muito preparados para conter a infecção”.

Elosta aproveita o raciocínio para emendar uma crítica generalizada aos governantes, que na opinião dele, não conduziram bem as medidas contra pandemia.

“Está havendo muita guerra política sobre um assunto que não é político e isso está custando muitas vidas. Desde o começo está assim e podemos ver agora com a vacina também”.

Sobre poder passar o Natal em casa, já parcialmente recuperado, Carlos, um homem  da ciência, pensa em Deus. “Eu olho para trás e vejo tudo que passei, só posso pensar que foi Deus, foi ele quem me tirou dessa situação. Estou muito agradecido de poder estar em casa nesse dia tão especial”.

Lucinete está agradecida por poder ficar com a família no Natal (Foto: Arquivo Pessoal)
Lucinete está agradecida por poder ficar com a família no Natal (Foto: Arquivo Pessoal)

Outro renascimento – Quem passou por uma situação muito semelhante foi Lucinete Barbosa Herrerias. Ela ficou 31 dias internada no Hospital da Cassems, de julho a agosto, sendo 12 em coma.

Assim como no caso de Elosta, foi tudo muito rápido. “Tive os primeiros sintomas e logo fui internada”. Por conta do tempo deitada, Lucinete teve uma escara nas nádegas. “Eu recebi um ótimo tratamento, mas é algo que ainda me incomoda muito.

Católica, Lucinete acredita que o Natal agora significa o nascimento de Jesus e o renascimento dela. “Esse ano o Natal significa eu poder voltar pra minha família, estar perto deles”, completa.

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