Para criar memórias viajando, família reforma sozinha a 'Kombinha'
Há 10 meses, marceneiro trabalha na Kombi que já levou a família toda para passear dentro e fora da cidade
Há 10 meses, Jeferson Antônio Martinelli, de 39 anos, mexe dia e noite numa nova ‘coisinha’ da Kombi Clipper 1984 que trouxe de Minas Gerais para Campo Grande. Enquanto reforma sem pressa a ‘Kombinha’ preta, o marceneiro resgata memórias da infância e cria novas com a esposa Amanda Hipólito, de 32 anos, e a filha.
Apesar da Kombi estar na família há pouco tempo, Jeferson tem uma história antiga com o veículo que foi o primeiro da Volkswagen a ser fabricado no País. Na infância, ele, o irmão e os primos brincavam na Kombi que pertencia ao pai.
“Eu tenho a Kombinha há muito pouco tempo, porém há muito tempo tenho esse amor pela Kombi porque quando era criança meu pai era vendedor da Elma Chips. Vivemos uma infância dentro da Kombi. Ele trabalhava na empresa e usava a Kombi para fazer as entregas e esse era nosso carro de passear também”, conta.
Veja o vídeo:
O tempo passou e a vontade de adquirir uma Kombi acompanhava o marceneiro. A vontade era constantemente adiada devido a falta de dinheiro ou outras urgências do cotidiano. Jeferson explica que parou de adiar o plano da Kombi quando a mulher engravidou.
“Chegou um momento da minha vida que recebi a notícia que seria papai e na hora falei: ‘A gente não tem muito, mas com o pouco dá pra fazer algo legal pra se divertir e curtir’. Meu intuito de comprar a Kombi era ter um carro retrô, divertido pra gente passear e acampar”, fala.
Na internet, ele encontrou o anúncio de venda da ‘Kombinha’ que estava em João Monlevade (MG). A viagem de ônibus durou três dias, mas valeu a pena, pois Jeferson voltou com a Kombi para a Capital. “Embarquei e vim parar em Campo Grande, foram dois dias e meio rodando na estrada e dormindo em postos de gasolina”, recorda.
Em casa, a reforma do automóvel começou com revestimento de piso e paredes. O próximo passo foi construir com MDF os móveis que têm dupla função e são facilmente adaptáveis. Para aproveitar o espaço, ele justifica que não quis transformar a Kombinha em motorhome.
“Ia encher de movelaria e iria acabar com o espaço. Montei uma Kombi camper, dentro dela tem um banco cama, embaixo da cama um baú, fiz iluminação, teto, piso e ela foi ganhando forma”, diz.
Nos últimos meses, a família investiu 15 mil na reforma da Kombi que está em constante processo de mudança. “Hoje a Kombi está em condições de passeio, não considero pronta, porque a cada vez que fazemos um passeio visualizamos algo novo para ser feito. Ela tá em construção, estamos sempre mexendo, a minha senhora tá sempre junto ajudando, dando dica”, explica.
Assim como acontecia na infância com a família, Jeferson agora roda a cidade e o Estado de Kombi com a esposa e a filha. “Fizemos vários passeios, viajamos pelo estado, dormimos dentro várias vezes. Super confortável, grande, espaçoso, muito legal e divertido de passear e curtir”, destaca.
No final da entrevista, o marceneiro fala que é gratificante dia após dia mexer na Kombinha. "Nossa Kombinha, é simples de tudo e nos leva para todos os lugares. Gosto de me envolver com ela, desde estar construindo algo ou concertando alguma coisa. É um passatempo terapêutico onde consigo me conectar comigo mesmo, sinto que a Kombi espelha o que sou, com todas as minhas qualidades e defeitos. Para mim, a Kombi é o carro mais legal mundo", finaliza.
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