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Comportamento

Pastelaria é mais uma aventura de quem decidiu casar em uma semana

Rozemir e Elizeu construíram a vida em dupla cruzando o país e vendendo até feijão na rua

Aletheya Alves | 19/04/2022 07:38
Rozemir Soares Ramires e Elizeu Leal de Souza estão juntos há um mês. (Foto: Arquivo Pessoal)
Rozemir Soares Ramires e Elizeu Leal de Souza estão juntos há um mês. (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi necessária uma semana para que Rozemir Soares Ramires e Elizeu Leal de Souza se conhecessem, resolvessem se casar e iniciassem uma vida de aventuras. Desde então, o casal já cruzou o País, vendeu feijão na rua e descobriu que, além da família, o amor dos dois é por pastéis e salgados.

Localizada no Aero Rancho, a pastelaria da dupla é a mais recente aventura dentro dos 34 anos de história e começou a ser sonhada em 1991. Na época, Roze e Elizeu estavam aprendendo a andar por Campo Grande e tendo de viver longe de tudo o que conheciam.

Nova pastelaria foi aberta há um mês no Aero Rancho. (Foto: Arquivo Pessoal)
Nova pastelaria foi aberta há um mês no Aero Rancho. (Foto: Arquivo Pessoal)

Antes da vida na Capital, Roze conta que cresceu na área rural de Porto Velho, em Rondônia, e lá conheceu Elizeu. “Eu morava no sítio e ele foi até minha casa, porque ia ter um batismo. Naquele dia, já ficamos conversando, ele dizendo que queria me namorar, mas não aconteceu nada”, relembra.

Sem demora, uma semana depois, Elizeu voltou para a casa de Roze buscando por um calçado, que, de acordo com ela, foi deixado de propósito. “Ele voltou todo contente, dizendo que não tinha deixado o tênis lá a toa. Dei um beijo nele e já falei que se ele queria mesmo, era só me pedir em casamento para meu pai. No mesmo dia, ele pediu e ficamos noivos.”

Casamento foi realizado após dois meses de noivado. (Foto: Arquivo Pessoal)
Casamento foi realizado após dois meses de noivado. (Foto: Arquivo Pessoal)

Dois meses depois, os dois já estavam casados e imaginando como seria o futuro. Roze explica que viveram por poucos anos em Porto Velho, tiveram um filho e, devido à saúde de Elizeu, escolheram cruzar o País para viver em Campo Grande.

“Ele não melhorava de jeito nenhum da malária e, como minha cunhada morava aqui, decidimos vir para buscar tratamento melhor. A gente tinha plantado feijão na roça, então vendemos quatro sacos para pagar a viagem e trouxemos mais um de 50 quilos”, diz.

Na época, os dois não conheciam a cidade e, por ter trabalhado apenas na roça, encontrar um serviço foi complicado. Sem muita escolha, Roze detalha que o jeito foi pegar o saco de feijão e sair pelas ruas vendendo o produto.

Conforme a empresária conta, o passo seguinte foi procurar por parentes seus, que nem mesmo conhecia pessoalmente. “Minha mãe havia me dito que alguns primos meus tinham uma lanchonete na rodoviária antiga e que talvez eles me dessem emprego. Então, fomos até lá e começamos a trabalhar. Aprendemos tudo do zero, mas foi assim que começamos a mexer com salgado.”

Roze seguiu trabalhando com preparo e venda de salgados. (Foto: Arquivo Pessoal)
Roze seguiu trabalhando com preparo e venda de salgados. (Foto: Arquivo Pessoal)

Roze explica que ela e o marido trabalharam por anos com os familiares, criaram o filho mais velho e tiveram a filha mais nova por aqui, até que resolveram retornar para Porto Velho. Lá, os dois abriram a primeira pastelaria própria, criaram os dois filhos e imaginaram que não voltariam mais para Mato Grosso do Sul.

Vinte e cinco anos se passaram com a nova vida e, em 2021, a família decidiu se unir novamente e voltar para Campo Grande. “Minha filha decidiu voltar para cá, aí meu filho disse que viria também. Sem nem pensar muito, a gente decidiu vir também”, resume.

Mais um recomeço

Mesmo com um caminhão cheio de equipamentos para abrir a nova pastelaria por aqui, o casal teve a ideia de iniciar uma loja de roupas para crianças, mas tiveram de fechar o negócio em pouco tempo.

Tentamos, mas não foi para frente. A gente gosta mesmo é de fazer salgado, falar com o público, fazer propaganda da nossa comida. Faz um mês que abrimos a pastelaria e estamos felizes demais", garante.

Já com a próxima aventura em mente, Roze diz que o sonho é comprar um terreno para ampliar a pastelaria que hoje fica na Avenida Rachel de Queiroz. Desse jeito, a história do casal vai continuar do jeito que tem dado certo, entre os pastéis e salgados.

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