Pérola perdeu pata e Jenifer os movimentos em acidente que uniu ainda mais as 2
Acidente de carro em maio transformou a vida das duas amigas, hoje inseparáveis
Foi durante uma viagem em família, que Pérola e Jenifer Pereira Camargo tiveram as vidas mudadas drasticamente. De um lado, a cachorrinha vira-latas que adorava passear de carro e, de outro, uma mulher independente cheia de planos e sonhos. Era um dia normal, sábado 11 de maio de 2019, quando Jenifer resolveu pegar seu Classic 2005 e ir para o Chá de Bebê de uma prima em São Gabriel do Oeste. Colocou a filha Eloíza de 5 anos na cadeirinha, enquanto a fiel escudeira subia no veículo como se dissesse: “Não vão sem mim!”.
Elas pegaram a estrada, saíram de Campo Grande rumo a São Gabriel do Oeste. Eram 145 quilômetros, no entanto, quando alcançou os 36, uma ação involuntária de Jenifer fez com que o volante girasse para a esquerda e saísse da faixa. “Não sei o que aconteceu, o volante virou e travou. Naquele dia estava bem, dirigia devagar. Me assustei e pisei no freio, mas o carro capotou uma vez e foi arrastado 54 metros do local. Paramos de ponta cabeça, encostado em um guard rail”, disse.
Jenifer tinha costume de viajar com Pérola na casinha, mas como ela chorava, deixou solta no banco. “A pata dela quebrou e tiveram que amputar, tiraram até a paletinha dela. Entrei em pânico porque o pessoal foi ajudar ao invés de esperar o socorro chegar, tirou minha filha de dentro do carro e desvirou o veículo comigo dentro”, lembrou.
“Falei para pegarem minha cachorra e disseram que primeiro iam ajudar a gente. Falei: vão deixar minha cachorra pra trás?”, contou. Pérola então foi levada para atendimento em São Gabriel.
Enquanto isso, Jenifer foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande junto com a filha. “Por sorte ela não saiu com nenhum machucado. Mas quando estava na ambulância eles apertavam minhas pernas e eu não sentia nada, doía apenas os braços". Por conta do impacto, ela quebrou a 6ª vértebra o que a fez perder os movimentos do tórax até os pés. "Acordei dentro da sala de cirurgia e dormi de novo para o procedimento, foram duas cirurgias depois fui para a UTI [Unidade de Tratamento Intensivo]”.
Reencontro - Quando ficou consciente, Jenifer passou a perguntar de Pérola. “O médico desenhou ela em uma bexiga. Pedi para minha prima levar no hospital, mas não pode. Então no dia que voltei pra a casa pedi para minha tia trazer minha cachorra, no dia seguinte trouxeram ela”.
Quando ficaram frente a frente, Pérola não reconheceu a dona. “Acho que estava traumatizada. Tinha comentado no hospital que por conta dos dias, estava com medo dela não me reconhecer e realmente, ela cheirava, mas ficava longe”, disse.
Contudo, não demorou muito para que Pérola desse as primeiras lambidinhas nas mãos de Jenifer. “Depois que reconheceu, pensa na alegria. Agora é pra lá e pra cá. Até tenta subir na cadeira, mas como está sem uma pata, às vezes ela cai”.
Tratamento - Agora, as duas se recuperam juntas das consequências do acidente. Na casa onde estão, Jenifer passa o dia sentada na cadeira de rodas, enquanto a cachorra mostra sua lealdade ficando ao seu lado. A relação de amor e carinho contribui na recuperação.
Para Jenifer, uma luz no fim do túnel acendeu ainda no hospital. Os médicos colocaram uma placa na 5ª e na 7ª vértebra, para no futuro ela voltar a andar. “Como consigo sentir quando pega na minha perna e tenho espasmos musculares, o médico disse que tenho 80% de chances de voltar, porém preciso de fisioterapia intensa”, disse entusiasmada.
Ela começou sessões de fisioterapia e já conseguiu resultado. “Quando dei início ao tratamento, nem minha mão mexia. Como tem todos os equipamentos necessários e profissionais, consegui pegar firme por duas semanas e já deu para abrir e fechar as mãos. Contudo, depois que tive alta, retornei para a casa e nunca mais fiz”.
Jenifer trabalhava como autônoma e depende do SUS (Sistema Único de Saúde) para fazer o tratamento. No entanto, está com dificuldades para ter acesso ao que precisa. “Eles ficaram de ligar para marcar meu retorno com o médico e fazer as sessões de fisio, mas até agora nada. Não posso ficar parada porque os músculos estão atrofiando. Preciso voltar logo”, afirmou.
Dívidas - Jenifer precisa de ajuda para pagar a cirurgia de Pérola que custou R$ 2 mil e como não pode trabalhar e não recebe o auxílio doença está com muitas dívidas. Ela mora de aluguel, tem que alimentar a filha e também não conseguiu ainda uma cadeira de rodas que use para o banho. A convencional, que usa atualmente, é emprestada e terá de devolver no final deste mês. “Meu tio é policial aposentado e conseguiu alugar na associação, mas é apenas por três meses”.
A perda dos movimentos fez com que não tivesse controle do intestino, e precisa de fraldas geriátricas. “Um pacote dura dois dias e é cara. Fiz uma vaquinha online, mas está parada”.
Como a dona está impossibilitada de trabalhar, Pérola também precisa de ajudinha com rações para se alimentar e continuar alegrando a vida de Jenifer. Mas as duas não desanimam. “O acidente mexeu comigo, mas não vou ficar triste, porque não vai resolver”, garante Jenifer.
Mão amiga - Quem quiser ajudar, a vaquinha on-line (Clique aqui) de Jenifer até o final de agosto. O objetivo é arrecadar R$ 12 mil para quitar as dívidas e ainda usar para tratamento. "Quero voltar a andar", finaliza.
Transferências e depósitos podem ser feitos para a conta de Jenifer Pereira Camargo abaixo:
Caixa Econômica
Conta poupança: 00040454-9 Agência: 2224 operação 13.
Para falar com Jenifer entre em contato pelo número 67 9 8449-5673 ou whatsapp 67 9 9219-6362.